Shopping centers, dos desafios às oportunidades
A crise sanitária teve enormes impactos econômicos, trabalhistas e sociais, que mobilizaram transformações e aceleraram processos no setor de shopping centers
A incerteza do comportamento da pandemia e as restrições que continuam sendo impostas para controlar os contágios colocaram à prova a versatilidade e a capacidade de adaptação dos shopping centers, não apenas na região, mas mundialmente. Esse cenário vem apresentando desafios, como a adoção de protocolos de biossegurança para as empresas poderem funcionar e ações para mitigar o aumento dos níveis de desocupação de estabelecimentos comerciais em função do fechamento de negócios, o que por sua vez levou à reinvenção do modelo pelos incorporadores e operadores, adotando esquemas flexíveis de negociação de contratos e aluguéis, reconfigurando espaços e transformando seu tenant mix.
No entanto, assim como os desafios apareceram, inúmeras oportunidades também surgiram para explorar e desenvolver projetos em torno da consolidação do ecossistema omnicanal do shopping center. Propostas de click and collect, marketplaces, curve side pick up, consultoria livestream e sistemas de pagamento transparentes foram implementadas como um complemento às lojas físicas, mantendo sua proximidade com os clientes e entendendo suas novas necessidades.
Aprendizados e troca de experiências
A multiplicidade de aprendizados que este período deixou aos participantes do setor motivou a troca de experiências como uma atividade que enriquece o processo de reativação do setor regionalmente, fortalecendo o vínculo entre colegas e o trabalho articulado das associações para entender os desafios e oportunidades do chamado “novo normal”.
Por isso, as Câmaras e Associações de Shopping Centers uniram forças em favor desse intercâmbio, com a organização do primeiro grande evento conjunto do setor de Shopping Centers da América Latina, o Dialoga LATAM 2021, que ocorreu no dia 25 de maio, com a participação de mais de 25 palestrantes e 800 inscritos. Um evento que demonstrou o compromisso de toda a região não apenas com a retomada da atividade comercial, mas com o seu papel ativo como agente social que contribui para o desenvolvimento e bem-estar das comunidades.
Neste quesito, o compromisso do setor com a sociedade transcende sua vocação transacional e de ponto de encontro para se tornar um aliado no combate à Covid-19, onde em diversos países a instalação de postos de vacinação e a realização de exames para detecção do vírus já avançam.
É assim que a visão abrangente dos shopping centers como “pequenas cidades” dentro das cidades tem permitido reforçar o sentido de resiliência do formato, com a reconversão dos espaços em ambientes multipropósito, a inclusão de novos serviços na oferta comercial e a incorporação de ferramentas tecnológicas para tornar a experiência do cliente mais personalizada, com o que se espera que, conforme os planos de vacinação avancem, surja a possibilidade de retomar o dinamismo.
Não há dúvidas de que os shopping centers continuarão sendo um elemento fundamental para o desenvolvimento das cidades, mas para isso será imprescindível desenvolver novas definições de valor, redobrando a aposta no compromisso com uma experiência de visita superior, priorizando aspectos como segurança, serviço e atendimento personalizado.
*Carlos Hernán Betancourt é Diretor Executivo da Acecolombia.
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