Liderança feminina promove o desenvolvimento sustentável das organizações e da sociedade
As mulheres chegaram à atualidade sob um novo olhar: a desigualdade de gênero deixou de ser uma demanda feminina, e se tornou pauta em fóruns políticos e econômicos globais. Além de fortalecer a democracia e promover uma sociedade mais justa, abrir espaço para as mulheres gera renda para famílias, estimula serviços, garante empregos e ajuda a sustentar o crescimento de países. O caminho que conduz a transformações profundas, contudo, é longo, e são necessárias ações macroeconômicas e jurídicas por parte das autoridades públicas, mas também o compromisso das organizações privadas com o aumento da representatividade.
Inúmeras pesquisas indicam impactos concretos de diversidade de gênero nas organizações. No estudo “Diversidade de Gênero em Posições de Liderança”, o Fundo Monetário Internacional (FMI) analisou empresas em 34 países europeus e constatou que a presença da mulher em um cargo diretivo está associada a um maior rendimento dos ativos. Enquanto isso, uma pesquisa global do Instituto de Pesquisa do Credit Suisse, com mais de 3 mil grandes empresas, apontou que aquelas sem diversidade em boards tendem a sofrer mais controvérsias relacionadas à governança do que a média do mercado.
A explicação para esses resultados está no perfil da gestão conduzida por mulheres. Uma das grandes características é a capacidade técnica – as mulheres estão mais presentes na pós-graduação, e são 58% dos bolsistas de mestrado, doutorado e pós-doutorado no Brasil, segundo o Ministério da Educação.
Além disso, a diversidade na gestão gera criatividade e, consequentemente, soluções inovadoras. Ao mesmo tempo, as mulheres tomam decisões mais ponderadas, provavelmente devido aos aprendizados que tiveram em suas próprias trajetórias profissionais. A liderança de mulheres impacta ainda na captação e na retenção de talentos, já que a valorização do capital humano se materializa na representatividade protagonizada por elas.
Para alcançar a igualdade de oportunidades entra o papel fundamental das organizações. O século 20 viu nascer as corporações globais que, hoje, estão posicionadas como agentes de grande influência no desenvolvimento econômico e social. A meta das empresas é a maior sinergia com o mundo. O desafio é manter os bons resultados financeiros sem agredir o meio ambiente e promovendo o bem-estar humano.
Por isso, a aderência a práticas ESG, como o empoderamento das mulheres em cargos de presidência, diretoria e gerência, deve ser parte da estratégia das companhias que entendem a necessidade de se tornarem mais humanizadas.
Ciente de que o lugar de liderança acarreta a responsabilidade de influenciar positivamente, o Grupo Carrefour Brasil empreende iniciativas pela igualdade de gênero, como o programa Grupo Carrefour com ELLAs. Desde 2022, o programa beneficiou 2.250 colaboradoras com treinamentos para formação de líderes e para que as mulheres ocupem os espaços que quiserem.
Por um resultado sistêmico, o ELLAs conta com a participação da alta gestão dos setores de Recursos Humanos, Relações Institucionais, Jurídico, Compliance e Carrefour Property. Esse Comitê Executivo oferece uma mentoria ao final dos treinamentos para um grupo selecionado de 40 colaboradoras, e, por ser composto por mulheres, também visa inspirar pela representatividade.
É significativo que um projeto da magnitude do Carrefour Property tenha uma mulher como CEO. Esta é a unidade do Grupo Carrefour que atua em seu portfólio imobiliário, fazendo a gestão de ativos em mais de 300 lojas, em 20 estados, e em três shoppings centers. Entregar a missão de desenvolver esses espaços, e implementar estratégias para expandir o trabalho, com a integração do Grupo BIG, por exemplo, é inspirar outras meninas e mulheres, e reconhecer a expertise de uma profissional, construída em uma caminhada de 20 anos no segmento de Real State.
Apesar dos desafios transversais a serem enfrentados, a mulher de hoje tem um futuro com mais oportunidades do que há 50 anos, e a redução da desigualdade de gênero recebe empenho de múltiplos atores. Não foi à toa que a Organização das Nações Unidas (ONU) incluiu o empoderamento das mulheres como um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) a perseguir até 2030. É porque a exclusão da mulher é um entrave importante para alcançar as demais metas, na medida em que elas são desproporcionalmente afetadas pelas demais desigualdades, e, portanto, são agentes de mudança. A igualdade de oportunidades para mulheres é primordial para o combate à pobreza, para a proteção do meio ambiente e do clima, para a garantia da paz e da prosperidade.