Destaques do terceiro dia do 16º Congresso Internacional de Shopping Centers
Maior evento da América Latina teve edição especial on-line e trouxe debates sobre o cenário atual e futuro do setor
Para finalizar o16º Congresso Internacional de Shopping Centers, que aconteceu em edição especial on-line de 20 a 22 de outubro, as palestras abordaram o tema Um olhar sobre o varejo: estratégias para a retomada conjunta do setor.
Focado especificamente no futuro do shopping, o evento contou com uma palestra específica sobre varejo e um painel com empreendedores dos seis maiores grupos do setor.
Foram abordadas as formas como as soluções encontradas para continuar atendendo os clientes durante o período de fechamento dos empreendimentos, união entre on e off line, resiliência do setor e tendências que foram aceleradas pela pandemia e irão permanecer.
O evento seguiu todos os protocolos de segurança e operação em um estúdio em São Paulo. Os painéis e palestras foram híbridos, tanto com convidados presencialmente no estúdio, quanto com transmissões virtuais.
Paralelamente, a Abrasce também organizou a Exposhopping Virtual. Confira abaixo como foi o último dia do Congresso!
O futuro do varejo
Eduardo Gribel, presidente da Tenco, mediou o painel Regras de ouro: como novas iniciativas transformam o futuro do varejo. Participaram Francisco Alves, head comercial da Nespresso Brasil, e Sandra Chayo, diretora de marketing e estilo da Hope, que falaram como enfrentaram a crise e estão planejando o futuro.
Na Hope, o principal foco para superar a crise foi apoiar e suportar os parceiros, o que envolveu fornecedores, lojistas e clientes. Além das mais de 200 franquias e lojas próprias, a marca está presente em mais de 4 mil pontos de vendas e a Hope se preocupou em ajudar todos. “O nosso nome nunca fez sentido. A esperança é o que nos move e nos moveu durante a pandemia.” As linhas de homewear da marca tiveram maior procura durante esse período.
Já Alves afirmou que houve um aumento de consumo do café. Ele acredita que, mesmo no home office, o hábito de tomar a bebida foi mantido. Como a Nespresso sempre coloca o cliente no centro do negócio, durante a crise, encontrou novas oportunidades e buscou entender os desejos do consumidor.
Ambas empresas têm o pilar da sustentabilidade muito forte em seus valores. No caso da Nespresso, o trabalho começa desde a produção do café até a logística reversa. Devido à Covid-19, passou a coletar as cápsulas para reciclagem na casa dos clientes.
Vendas digitais
Sandra e Alves também destacaram a importância de estar em vários canais de venda e da integração do on e off-line. Para os executivos, o cliente deve escolher onde comprar. Por outro lado, é preciso humanizar a venda digital e o e-commerce deve estar conectado com o propósito da marca. Os pontos físicos são essenciais para manter a ligação com o cliente reforçar esse propósito.
O debate mostrou ainda a importância de investir na equipe e oferecer um atendimento personalizado para poder encantar o cliente a cada compra.
Conversa com empreendedores
Uma das palestras mais esperadas do evento foi comandada pelo presidente da Abrasce, Glauco Humai. O painel Como os shoppings estão se adaptando ao novo comportamento do consumidor reuniu os executivos dos cinco maiores grupos empreendedores de shopping centers do país. Estavam presentes Carlos Jereissati, CEO da Iguatemi Empresa de Shopping Centers, Ruy Kameyama, CEO da brMalls, José Isaac Peres, fundador e CEO da Multiplan, Renato Rique, presidente do Conselho de Administração da Aliansce Sonae, e Marcos Carvalho, co-presidente da Ancar Ivanhoe.
No debate, todos destacaram a resiliência e a reação rápida do setor no enfrentamento da crise, as transformações implementadas para atender o consumidor, as concessões e o apoio dado aos varejistas, o poder de adaptabilidade em um período tão desafiador e as expectativas para o próximo ano.
Os executivos concordaram que a omnicanalidade é um caminho sem volta e estará cada vez presente nos negócios. Para eles, os shoppings continuam investindo para integrar os lojistas às plataformas, mas, ao mesmo tempo, a relevância do shopping continua presente na vida do consumidor.
A união do setor também foi muito evidenciada pelos executivos para que as melhores decisões fossem tomadas de forma efetiva e rápida. Agora, os próximos passos continuam sendo as medidas para a retomada da economia e o acompanhamento da retomada e da Reforma Tributária.
Confira algumas das frases de destaque:
“Eu acredito que o futuro é a integração do on e do off e isso já estava acontecendo no varejo e na indústria de shoppings. Esse é o grande desafio. As estratégias são distintas, mas são fundamentais porque, no final, é o cliente que tem o poder e decide a hora e lugar em que vai consumir”, Carlos Jereissati Filho.
“2020 foi um divisor de águas. Muito do que estava acontecendo de evolução e digitalização vai se acelerar, o que empurra o setor de shopping ainda mais para a modernização. Tudo está sendo digitalizado. Com isso, o ritmo de adaptação e inovação tem que ser muito alto ou a gente perde relevância. Para não perder relevância, vamos precisar nos reinventar. E o setor de shopping tem essa força,” Ruy Kameyama.
“Fomos postos à prova da adaptação. O ser humano sempre tem a capacidade de vencer as adversidades. Ao visitar os shoppings, vemos que as pessoas estão saudosas de se reencontrarem, de verem e serem vistas e isso é algo que nenhuma plataforma pode substituir. Essa pandemia reafirma que o ser humano quer se agregar e estar junto. Claro que a nossa indústria tem que usar cada vez mais a tecnologia para fazer esse encontro do físico com o virtual,” Renato Rique.
“As empresas que estão abertas ao aprendizado conseguiram se ajustar e se estruturar e estão saindo melhor. A tecnologia ajudou o consumidor a viver em casa, mas a partir do segundo semestre e em 2021, ele pode voltar para o shopping e a tecnologia ficará em nossas vidas. Conseguimos passar, vai melhorar e a recuperação está aparecendo. Agora, temos que olhar as oportunidades”, Marcos Carvalho.
“Acredito que vamos vencer a crise e estamos tendo números que nos animam. Existe uma demanda reprimida causada pelo isolamento e os meses de novembro e dezembro podem ser até melhores do que os do ano passado. As pessoas querem sair, ir para algum lugar, querem comprar… O isolamento foi talvez o mais sofrível que já tivemos. Assim como a saúde, a liberdade é um dos principais valores que o ser humano tem. E não existe saúde sem liberdade”, José Isaac Peres.
Confira aqui a cobertura dos outros dias do Congresso:
20 de outubro
21 de outubro