JAN/FEV 2023 - Edição 245 Ano 36 - VER EDIÇÃO COMPLETA

Uma NRF pragmática

9 de fevereiro de 2023 | por Guga Schifino
Guga Schifino, diretor de novos negócios Linx | Stone co. E curador e sócio FFX

Como participante do maior evento de varejo do mundo (NRF Big Show) há 15 anos, posso afirmar que este ano foi o mais prático de todos. Se você assistiu ao pós NRF on-line da Abrasce, é provável que já tenha a maior parte dos 9 insights, que foram feitos em parceria com a FFX, em sua lista de tarefas. Se não assistiu vá lá e confira.

Fazendo a seleção da seleção destaco três pontos.

Geração Z

Primeiro, o poder da geração Z e de suas comunidades. Essas pessoas que amamos, com idade entre 10 e 25 anos, já são 2,47 bilhões no mundo e representam 40% do consumo global. Elas se movimentam em comunidades digitais, e muitas decisões de compra são tomadas através da troca de percepções ou interesse sobre o produto ou serviço nesses grupos virtuais.

Até 2030, representarão 70% do poder de compra, considerando seus rendimentos e daqueles que são influenciados por eles. Por isso, shoppings e empresas de varejo precisam se relacionar com essas comunidades, entender seus anseios e criar suas próprias comunidades com programas de engajamento que devem ir além de descontos e benefícios, buscando alinhamento de propósito e conteúdo. Os americanos têm, em média, 17.7 programas de fidelidade por habitante e, no Brasil, iremos para o mesmo caminho.

Inteligência artificial

Em segundo lugar, a inteligência artificial aparece como uma força disruptiva que afetará toda a sociedade, incluindo o comércio. Para se destacar, o varejo precisa de personalização em massa, gestão de estoque, rastreamento, precificação, otimização de recursos e marketing, tudo isso só é possível com a ajuda da inteligência artificial. Felizmente, já existem soluções disponíveis no Brasil para ajudar shoppings e empresas de varejo a alcançar esse objetivo.

Metaverso

Por fim, o tema principal da NRF do ano passado foi o metaverso, que continua em alta, contudo o tema mais falado esse ano foi a oportunidade na venda ou locação de produtos usados. Seja pela crise econômica, pela proteção do planeta, por desejo a produtos de luxo, o mercado de segunda mão está vivendo o seu momento de maior expansão. Vários painéis repetiram em uníssono que qualquer marca relevante deve considerar em sua estratégia como alongar a vida útil de seus produtos, e como fazer desse serviço algo socialmente inclusivo e que gere receita. Além disso, o comércio de produtos usados aumenta o fluxo de pessoas nas lojas, aumenta o ticket médio e gera uma receita de serviços fundamental para o novo varejo.

Em suma, mantendo o básico bem-feito e considerando esses três pontos, o varejo brasileiro pode acelerar sua adaptação ao mundo híbrido do varejo.

*A opinião do autor não reflete, necessariamente, a opinião da Abrasce.

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