JAN/FEV 2023 - Edição 245 Ano 36 - VER EDIÇÃO COMPLETA

A volta ao normal na NRF 2023

9 de fevereiro de 2023 | por Ronald Nossig
Ronald Nossig, sócio e idealizador da Varejo180; sócio do OasisLab; vice-presidente da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo); conselheiro da ACSP; conselheiro da AC-Boost – Pateo 76 e membro da Governança do Comércio de Londrina

Este ano a NRF Big Show que aconteceu em Nova York, entre 15 e 17 de janeiro, foi marcada pela volta ao normal, ou seja, muita gente, muito movimento e uma feira cheia de novidades e das grandes empresas de tecnologia presentes.

O congresso também funcionou de forma perfeita com salas repletas e, novamente, os brasileiros foram a maior comitiva estrangeira, espalhados em vários grupos ou mesmo participando de forma isolada.

O que vamos, porém, trazer aqui, talvez tenha sido o grande tema abordado nas principais palestras e que certamente tomará as agendas de todos executivos e empresários varejistas do Brasil e do mundo, que se resume nas PESSOAS.

O fato é que, com o advindo da pandemia, a maneira das pessoas se relacionarem mudou profundamente, bem como a forma como as empresas tiveram que trabalhar a questão junto aos seus colaboradores.

O home office, impensado até então, se tornou algo comum e agora está em grande discussão, já que os colaboradores, em especial os da geração Z em diante, estão “brigando” com as empresas, em alguns casos, deixando até mesmo seus empregos, por preferir o home office ou, no mínimo, o trabalho híbrido.

Diante deste desafio, tomo a liberdade de citar alguns pontos trabalhados pelo Retail Thinker da VAREJO180, Edmour Sayani, que aponta como fundamental a necessidade das empresas em geral trabalharem temas que farão com que tal movimento seja melhor absorvido e, com isso, as dificuldades fiquem menores. Seguem os pontos:

A primeira grande mudança a ser percebida é que o colaborador deve deixar de ser visto como subordinado e passar a ser protagonista; tendo autonomia e, junto disso, acesso à informação, o que lhe gerará confiança e criando ainda possibilidade de trabalhar de forma colaborativa.

Algumas empresas terão mais facilidade para implementar tal política, outras mais dificuldade, o que não quer dizer que irão fracassar. O ponto fundamental é que nenhuma empresa poderá mais pensar em contratar e tratar seus colaboradores como na era pré-pandêmica.

Agora gostaria de trazer este tema para o mundo dos shoppings, mas não me prendendo à parte administrativa, que tem inserida, por exemplo, o RH. Quero pensar e trazer provocações de como os administradores dos shoppings poderão e deverão ajudar seus lojistas a enxergarem tal questão, bem como trabalhar com sua equipe de ponta, do estacionamento ao recepcionista/concierge; equipe de segurança e limpeza, enfim, todos que têm contato com o cliente final.

O grande desafio que já vinha com o surgimento lá atrás do e-commerce e seus marketplaces, onde também vimos tal movimento ampliado durante a pandemia, inclusive por praticamente todos os shoppings, está justamente em fazer o cliente frequentar o shopping. Sempre dando-lhe o conforto, a segurança e, em especial, oferecer um acolhimento e uma oportunidade de interação com amigos e até mesmo pessoas novas, que também foi algo muito comentado e vivenciado por todos nós que estivemos lá em Nova York.

Certamente isso deve ser visto com muita atenção, já que novos formatos on-line estão invadindo o dia a dia dos consumidores, como o live commerce, além de clubes de compras que vêm se tornando cada vez mais comuns em todos os setores, o que, sem dúvida, é mais um dos vários desafios que a indústria dos shoppings tem e terá pela frente.

Enfim, não escolhi esse tema à toa, apesar de entender a necessidade e, principalmente, as oportunidades que as novas tecnologias que evoluem mais e mais a cada dia, NADA substituirá o carinho, o acolhimento e o bom atendimento necessário a todos. Seja essa pessoa naquele momento um colaborador de sua empresa ou seu cliente. Pessoalmente, entendo que os shoppings podem ter aí uma grande oportunidade, pois, culturalmente no Brasil, os frequentadores percebem esse local como seguro para deixar seus filhos, um excelente ambiente para conversar, fazer reuniões (inclusive de negócios), se divertir e, obviamente, fazer suas compras.

*A opinião do autor não reflete, necessariamente, a opinião da Abrasce.

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