Grupo Mega Moda investe em nova expansão
Mega Moda Shopping e Mega Moda Park movimentam o comércio da Região da 44 em Goiânia e seguem em ascensão na comercialização da moda atacadista
A experiência do varejo na Novo Mundo foi o passo inicial para a construção de um grupo empreendedor no segmento de shopping centers. Com uma participação bem ativa, o Grupo Mega Moda estudou, projetou e investiu em empreendimentos para atender ao segmento atacadista de moda do país. O Mega Moda Shopping e Mega Moda Park atraem visitantes de vários estados e de países vizinhos e estão situados no maior polo atacadista do Brasil. Carlos Luciano Martins Ribeiro, presidente do Grupo Mega Moda, demonstra como é importante ter uma participação ativa nos negócios, seja como empreendedor ou como varejista, e acredita que o sucesso da gestão sempre está atrelado ao trabalho em equipe. Com a forte demanda da Região da 44 – centro comercial da cidade de Goiânia (GO) – , a companhia ainda investiu na construção do Mega Moda Hotel, o maior da cidade, para poder receber clientes com um único objetivo: comprar. O complexo comercial ainda conta com o Mini Moda, especializado em infanto-juvenil, e o Clube de Costura, um espaço colaborativo para quem ama e deseja aprender mais sobre fazer moda.
RSC | Quando avaliou que era o momento de entrar no segmento de shopping centers?
Carlos Luciano Martins Ribeiro | A Novo Mundo, uma das maiores redes varejistas do Centro-Norte, tem 63 anos de atuação e há mais de 30 anos somos lojistas de shopping centers. Por exemplo, temos operações desde a abertura do Shopping Flamboyant, em Goiânia (GO), e do Conjunto Nacional, em Brasília (DF). Então, conhecemos o outro lado do balcão muito bem. Quando fomos entrar no mercado varejista em Mato Grosso, vimos a oportunidade de participar do grupo empreendedor do Pantanal Shopping, inaugurado em 2004 em Cuiabá, e construímos uma história de muito sucesso por lá. É um projeto muito bem concebido e gerido e, ao longo dos anos, conseguiu se destacar Brasil afora com muita consistência. Ao mesmo tempo em que vimos que seria um bom investimento, contribui para a nossa entrada no estado.
RSC | Por que resolveu investir em empreendimentos voltados para o segmento de moda e no estado de Goiás?
CLMR |Com o aprendizado no Pantanal Shopping, fizemos uma pesquisa e vimos o grande potencial de distribuição de moda por atacado em Goiás. O estado tem uma base sólida de confecções, com mais de 10 mil empresas, oferecendo qualidade, variedade e preço muito acessível. Com a posição geográfica privilegiada do estado e o crescimento da Região da 44, resolvemos investir em um shopping especializado em moda por atacado, pois é um segmento que só cresce. E deu muito certo. O Mega Moda Shopping já teve seis etapas de expansão desde a inauguração, no final de 2011, e é o maior shopping atacadista do país, com 1.300 lojas. Diante desse crescimento, monitoramos o mercado e o desempenho dos lojistas e vimos que tinha espaço para um segundo empreendimento e lançamos o Mega Moda Park, aberto em novembro de 2018.
RSC | Como avalia o desempenho desde a inauguração do Mega Moda Park e qual é a expectativa com a inauguração da segunda etapa e lançamento da terceira?
CLMR | Em poucos meses, o Mega Moda Park teve um desempenho muito bom. Como fruto disso, decidimos antecipar a abertura da segunda etapa para agosto e já temos uma terceira expansão prevista para o ano que vem, o que totalizará 800 lojas e um investimento de R$ 200 milhões. Após a conclusão do shopping, o projeto ainda prevê o lançamento de duas torres, uma comercial e outra residencial.
RSC | Como é gerir o maior complexo atacadista do país?
CLMR | Independentemente de ser o maior, o principal é o foco no lojista. Como temos a experiência do varejo, já que a Novo Mundo foi o nosso primeiro negócio, o principal aprendizado que incorporamos na gestão do shopping é a aproximação com o varejista. O shopping deve ajudá-lo a vender o máximo possível. Gerir o Mega Moda Shopping tem como princípio esse ponto de integração. Diferentemente de um shopping convencional, que tem opções de lazer e entretenimento, o nosso empreendimento é voltado para o comércio atacadista de moda. O cliente irá ao shopping para comprar e nós queremos que a experiência dele seja um passeio de compras. Desde o início, trouxemos essa cultura de venda.
RSC | O Mega Moda Fashion é o principal evento realizado pelo grupo?
CLMR | Sim, é o segundo evento de moda do Brasil, ficando atrás apenas do São Paulo Fashion Week. A gente construiu, ao longo da história do Mega Moda, esses desfiles com projeção nacional. Em três dias, temos a participação de 5 mil pessoas. Como é voltado para o revendedor, se torna uma excelente oportunidade para o varejista mostrar suas novas coleções.
RSC | Empreender sempre esteve presente em sua vida. Ao olhar para trás, quais ensinamentos passados por seu pai você e seus irmãos aplicam até hoje no dia a dia dos negócios?
CLMR | Tenho o privilégio de ter um pai exemplar que, aos 90 anos, continua trabalhando e produzindo. Entre os ensinamentos passados por ele, gosto de citar a seguinte frase: “Você tem que ter amor pelo que faz e entender o que você faz.” Com isso, as coisas costumam funcionar.
RSC | Quais são os principais benefícios de gerir uma empresa familiar?
CLMR | Temos um modelo de governança familiar há muitos anos e procuramos levar para a gestão dos negócios o melhor modelo de que uma empresa assim possa ter, com estrutura profissional e um ambiente de meritocracia com tomada de decisões rápidas. Ao manter uma empresa familiar com um ambiente profissional, você junta o melhor dos dois mundos. Somos uma família unida, integrada e empresária. Lutar, brigar, buscar mercado e atingir nossas metas fica no ambiente dos negócios. Em casa, temos que ter muita união, e isso a gente sempre teve. Além disso, somos muito próximos da equipe, pois só conseguimos fazer tudo acontecer com a colaboração das pessoas. Somos Great Place to Work no Pantanal Shopping e também em três outros negócios: Novo Mundo, Montreal (indústria de colchões e estofados) e o Mega Moda Hotel. Só conseguimos ter resultado e, de fato, satisfazer qualquer cliente, se tivermos uma equipe engajada, boa, comprometida trabalhando junto.
RSC | Entrar no ramo de hotelaria era algo planejado ou foi uma demanda que surgiu com os shoppings?
CLMR | Foi planejado, porque a hospedagem era uma das carências apontadas logo na primeira pesquisa feita para abrir o Mega Moda Shopping. Por ser um shopping atacadista, que recebe clientes de todos os estados, inclusive, de países vizinhos, precisávamos ter um hotel. Além de âncora do empreendimento, o Mega Moda Hotel é o maior hotel de Goiânia, com 270 apartamentos e bandeira própria. Com investimento de R$ 40 milhões, recebe mais de 6 mil hóspedes por mês.
“Eu tenho 37 anos no varejo. Posso dizer que o varejo é disparado o mais dinâmico das frentes de negócios em que atuamos. O lojista abre as portas todos os dias e precisa conquistar os clientes também todos os dias. É uma fonte de aprendizado constante, ainda mais em um país complexo, incerto, difícil e volátil. Conseguimos superar todas as crises econômicas do Brasil e isso sempre nos traz um grande aprendizado.”
RSC | A Novo Mundo está em nove estados mais o Distrito Federal, com 150 lojas físicas. Há planos de expansão?
CLMR | O projeto digital de transformar as lojas é o nosso principal objetivo. À medida que mudamos a operação, há um impacto positivo nas vendas. Com a reforma, vem o conceito de multicanal e um aumento de, pelo menos, 20%. Algumas operações chegam a dobrar a venda. Temos ainda espaço para crescer dentro da nossa área de atuação e em outros estados com abertura de lojas e, principalmente, com o crescimento do nosso site.
RSC| Quais foram os últimos investimentos feitos em tecnologia e inovação pelo grupo?
CLMR – Investimos em multicanalidade. A Novo Mundo é de fato uma empresa omnichannel. A maior parte dos esforços da equipe de TI são voltados para melhorar o nosso site da loja e o app, com o objetivo de aprimorar cada vez mais a experiência de compra do consumidor.
RSC| Quais são as principais ações sociais promovidas pelo grupo?
CLMR | Temos várias, mas gosto de destacar o Clube de Costura. Vi esse projeto em Barcelona, na Espanha, e quis trazer para o shopping. É um espaço colaborativo, voltado para o público que ama moda e quer aprender mais. É um gerador de conteúdo para que o confeccionista deixe de produzir roupa e passe a produzir moda. Promovemos várias ações sociais por meio dele.
RSC | Vocês ainda atuam na agropecuária e no segmento imobiliário residencial. Qual é o segredo para conseguir tornar o negócio um sucesso, não importa a área de atuação?
CLMR | Primeiramente, é preciso acordar cedo e trabalhar duro. Isso costuma dar uma sorte grande. Além disso, é necessário ter proposta de valor clara e consistente, independentemente do segmento, e trabalhar em conjunto com as pessoas, valorizando-as. Não tem segredo. Fazendo isso, a chance de dar certo é grande.