JAN/FEV 2024 - Edição 251 Ano 37 - VER EDIÇÃO COMPLETA

Partage Malls mantém ritmo de crescimento

8 de fevereiro de 2024 | por Solange Bassaneze / Fotos: Divulgação
Companhia investe em mais dois greenfields e segue atenta às novas oportunidades

O ano de 2023 para a Partage Malls foi marcado pelo rebranding, desenvolvido para mostrar a evolução do conceito shopping centers, e também pelo crescimento do portfólio com a aquisição de ativos. A companhia tem ainda greenfields em desenvolvimento, previstos para serem inaugurados em 2025 e 2026, em Brasília e São Paulo, respectivamente, o que ampliará sua presença em capitais. Investir em shoppings em cidades do interior dos estados continua na estratégia de negócios e novas oportunidades são analisadas. Ricardo Baptista, diretor-presidente do Grupo Partage, traz, em entrevista à Revista Shopping Centers, detalhes sobre esse momento da companhia, a qual mantém ainda por meio de seus ativos um ecossistema com 1,5 mil lojistas e mais de 20 mil empregos diretos e indiretos. O Grupo ainda tem a divisão de negócios Partage Edifícios Comerciais, em que administra diversos empreendimentos imobiliários na cidade de São Paulo.

Ricardo Baptista – O que o reposicionamento de marca do Grupo Partage busca comunicar ao mercado? 

Revista Shopping Centers – A Partage Malls completou 13 anos desde que inauguramos o Partage São Gonçalo e encerraremos 2023 com 14 empreendimentos em operação e mais dois em construção: Partage Brasília e Partage São Paulo. 

Nestes anos, o mercado e os consumidores mudaram e, por isso, estamos sempre nos atualizando no modo como trabalhamos e nos comunicamos. A palavra ‘shopping’ não define mais os nossos empreendimentos. Contamos com espaços que vão além das compras; somos um centro de convivência, um ponto de encontro.  E nossos empreendimentos, nossos mix e nossa comunicação precisam acompanhar este novo tempo.  Mudamos o nome da rede de shoppings de Partage Shopping Centers para Partage Malls – que é o termo que o mercado B2B utiliza – e mudamos os nomes dos shoppings das cidades dando mais ênfase ao nome Partage e ao do município, tirando o foco da palavra ‘shopping’. 

Ricardo Baptista, diretor-presidente do Grupo Partage
RB – Existe uma sinergia entre os negócios da Partage Malls com os da Partage Edifícios Comerciais? 

RSC – Totalmente. Todos fazem parte do Grupo Partage e possuem muita similaridade em metodologia de trabalho. Essa sinergia gera otimização de recursos. Os times, muitas vezes, são compartilhados, como, por exemplo, Engenharia, Arquitetura, Jurídico e RH. E temos áreas que cuidam, especificamente, dos shoppings, como comercial, marketing e gestão. 

RB – A Partage está com dois greenfields em desenvolvimento. Por que escolheram Brasília e a capital paulista para implantar esses novos projetos e o que eles trazem de diferencial? 

RSC – Estamos sempre de olho nas oportunidades do mercado. Brasília e São Paulo são consequência natural do crescimento de nossa rede e do amadurecimento de nossa marca. Contando com Natal e Cuiabá, estamos presentes em quatro capitais. 

A escolha de São Paulo é óbvia, visto que é a capital onde a economia do Brasil se estabelece e roda. Por conta das oportunidades já existentes na cidade, vamos dar um tom inovador ao conceito de shopping. Temos excelentes expectativas para esse empreendimento. Brasília também vem com essa estratégia inovadora. É um projeto totalmente atualizado ao tempo em que vivemos. Aberto, integrado à natureza, com muita atividade de lazer. Vai ser um marco não só em Brasília, mas para todo o país. 

Com quase 38 mil m2 de ABL, o projeto do Partage Brasília traz o conceito de open mall com um mix completo com uma grande variedade gastronômica e terá até cinema a céu aberto, além de outras sete salas
RB – Em que etapa está cada um dos greenfields e qual é a previsão de inauguração?

RSC – A expectativa de abertura de Brasília é abril de 2025 e São Paulo é no segundo semestre de 2026. As obras na capital federal já foram iniciadas. O Partage Brasília já está com muitos contratos fechados em um mix pronto para atender esse novo momento do mercado, do shopping como área de lazer, serviços e gastronomia, não somente foco em compras. 

RB – Quais foram as expansões mais recentes realizadas? Há outros planos de expansão em andamento ou previstos para 2024? 

RSC – Desde nossa primeira aquisição, o Partage Mossoró, sempre investimos em melhorias estruturais, processos administrativos e comunicação para elevar os shoppings em suas participações e relevâncias em suas regiões. Nossas últimas expansões foram no Partage Campina Grande (PB) e no Partage Norte, em Natal, (RN). 

Em Campina Grande, a ABL cresceu de 18 mil ㎡ para 39 mil ㎡, com investimentos de R$ 250 milhões.  Em Natal, investimos mais de R$ 200 milhões para expandir a ABL de 24 mil ㎡ para 42 mil ㎡. Ambas expansões foram um imediato sucesso nesses empreendimentos e a próxima expansão será no Partage Parauapebas. 

Partage Mossoró, localizado no interior do Rio Grande do Norte, atende também diversos municípios vizinhos
RB – A Partage ampliou o portfólio nos últimos anos. Está no radar na companhia alguma nova aquisição ou mesmo venda de ativo? 

RSC – Sempre observamos o mercado e queremos manter o ritmo de crescimento. Estamos hoje com 14 shoppings em operação e dois em construção (Partage Brasília e Partage São Paulo). Não trabalhamos com as vendas dos nossos ativos, pelo contrário, nossa estratégia se baseia no desenvolvimento dos empreendimentos que adquirimos, trazendo uma transformação completa na gestão e nos processos desses shoppings. E essa estratégia tem se mostrado muito assertiva. Desde 2021, a Partage Malls cresceu 40%. 

As últimas aquisições são o Santana Parque Shopping, em São Paulo (SP), e o Boulevard Shopping Campos, em Campos de Goytacazes (RJ). 

RB – O que motivou a compra de participação no Boulevard Shopping Campos e no Santana Parque Shopping? 

RSC – Nosso histórico de investimentos em shoppings em situações similares às que estão Campos e Santana nos dá segurança que podemos ter bons resultados, pois são empreendimentos em regiões de relevante poder aquisitivo e densidade demográfica; com capacidade de crescerem muito. 

Inaugurado em 2011, o Partage Parauapebas, situado na cidade paraense de mesmo nome, oferece um mix completo e muito entretenimento e lazer para a população
RB – Quais são os principais desafios e os benefícios de estar presente, principalmente, em cidades do interior? 

RSC – Nossos shoppings estão localizados em todas as regiões do país e somos responsáveis por mais de 20 mil empregos diretos e indiretos. Ser o único shopping em uma cidade e região nos traz grandes oportunidades e responsabilidades. Desde sempre assumimos a missão de transformar positivamente as regiões onde atuamos. Além da transformação econômica, essa transformação passa também por temas culturais e sociais, aumentando a visibilidade das transformações pelas quais o mundo passa. 

Investimos em Responsabilidade Social de forma nacional e regional. Nacionalmente, em parceria com a BrazilFoundation, destinamos mais de R$ 1 milhão, em 13 organizações e associações com foco na educação de crianças e adolescentes em todas as regiões onde temos empreendimentos. Com apoio estratégico da BrazilFoundation, este projeto acontece nas cidades onde os shoppings da Partage estão localizados, em todas as regiões do Brasil. São ações que promovem a permanência na escola e o enfrentamento à defasagem escolar, bem como a geração de oportunidades acadêmicas ou empreendedoras para jovens em situação de vulnerabilidade. É um alto impacto direto na vida de milhares de famílias carentes. Regionalmente cada shopping apoia e organiza ações com foco nas necessidades específicas de cada região. São centenas de ações pelo Brasil todo. 

RB – Como avalia as vendas, o fluxo e a taxa de ocupação em 2023? 

RSC – As vendas e fluxo de 2023 ficaram dentro de nossas expectativas e metas. Logo após a pandemia, as nossas operações no Norte e Nordeste se recuperaram mais rapidamente. E em 2023, as outras regiões já acompanharam a recuperação. Mesmo com algumas incertezas do setor varejista, encerramos o ano com nossas taxas de ocupação recuperadas. 

Partage Norte fica em Natal (RN) e passou por expansão, chegando a 42 mil m2 de ABL
RB – Como está a expectativa para 2024? 

RSC – Para nossos 14 shoppings, a expectativa é de manter o crescimento. Para os recém-incorporados será um ano de rever processos, adequar sistemas, tecnologias, treinamentos, comunicação até que estejam prontos para podermos colocar a marca Partage no nome do shopping. 

Além disso, o Partage Brasília é o empreendimento que mais impacto trará ao mercado. Não há nada parecido com o que estamos fazendo. O projeto é todo integrado com a mata nativa do cerrado, dentro e fora do shopping. No centro do Partage Brasília, teremos uma Praça Central com mais de mil espécies que estão sendo preservadas. É open mall onde a sofisticação se funde com sustentabilidade. O Open Air Cine e o Parque Educativo do Cerrado completam a experiência inspirada no céu de Brasília. E claro, temos o desafio e a vantagem de apresentar o empreendimento e a marca Partage a um novo público. 

RB – Quais foram os principais investimentos realizados em inovação e digitalização que vieram atender o comportamento do consumidor? Como está o desempenho dos canais digitais? 

RSC – Nós vemos os ativos digitais como um desdobramento dos nossos shoppings. São ferramentas que nos permitem oferecer novos serviços para clientes e lojistas. Nossa estratégia não foi montar um marketplace tradicional. Entendemos que o grande benefício para nossos lojistas é aproximá-lo do consumidor, mais do que gerar uma venda imediata neste canal. 

A complexidade de manter estoques 100% atualizados, cumprir com logísticas de entrega e contabilizar taxas de frete, complicam demais o dia a dia, já tão corrido do lojista. 

Através da Vitrine Virtual e da Página de Cupons os lojistas conseguem exibir seus produtos e serviços, oferecer vantagens e descontos. Desta forma, usamos nossos apps, site, redes sociais e CRM para fortalecer esses dois canais. 

Os depoimentos dos lojistas nos dão segurança para manter essa estratégia no momento. O consumidor pode comprar praticamente qualquer produto ou serviços on-line, mas continua frequentando espaços físicos. 

Não há mistério para entender por que tanta gente vai continuar comprando pessoalmente o que poderia comprar online. A comparação entre a experiência de compra “Digital vs Presencial” é fácil de conceituar em “Praticidade vs Encantamento”. A conexão do consumidor que visita um mesmo shopping com alguma frequência é muito além das compras, isso não se discute. O seu shopping de preferência é sua bolha de conforto. O que estamos sempre tentando identificar é como manter esta relação viva, evoluindo na experiência de quem visita o mall. Se não construirmos uma conexão que seja além da financeira, o shopping perde o cliente. Nas pesquisas realizadas com os consumidores, é evidente que estar no mall transmite segurança emocional. Nesse centro de convivência, as pessoas vão para “bater perna”, passear com a família, comer, resolver a vida com serviços e comprar. Esse conjunto de atividades forma a bolha onde nos sentimos bem. E nós vamos gostar cada vez mais do shopping porque ele é cada vez mais sobre alegria, sobre surpreender, apresentar novidades, gerando vendas. 

E em termos de tecnologia, trabalhamos com todas as frentes oferecidas pelo mercado. CRM, softwares de promoção, monitoramento de redes sociais etc. 

RB – Atualmente, a companhia conta com quantos lojistas em seu ecossistema e gera quantos empregos diretos e indiretos? 

RSC – Temos mais de 1,5 mil lojistas no nosso ecossistema e geramos mais de 20 mil empregos diretos e indiretos em todas as regiões do país. 

RB – A Partage sempre teve uma agenda ESG bem ativa. Como tem apresentado suas iniciativas ao mercado e quais são as principais matrizes de materialidade que vêm sendo trabalhadas? 

RSC – Além das práticas sociais que já falamos anteriormente, temos um compromisso muito forte com a agenda ambiental. Implementar tecnologias e estimular uma cultura de respeito ao meio ambiente é parte do dia a dia da rede. Nossos shoppings adotam várias medidas de gestão sustentável da água, energia e gestão de matérias e reciclagem. 

Atualmente, temos um grande projeto que já nasce com o selo LEED Gold, o Partage Brasília. O projeto tem uma arquitetura focada na economia de recursos; sem ar-condicionado, com muita iluminação natural e energia limpa. E tendo como principal atrativo a integração com a natureza, o shopping vai oferecer áreas de lazer e educacionais com foco na preservação do Cerrado. 

RB – Pela Partage Malls ser associada da Abrasce há tantos anos, como avalia o papel da entidade? 

RSC – O fortalecimento e o desenvolvimento do setor que a Abrasce promove são de grande valor para todos os seus associados. É uma associação forte, onde encontramos defesa, integração e atualização.  Para nós, os dados disponibilizados pela associação também ajudam a ter um entendimento maior sobre o mercado, serviços de shoppings e consumidores. 

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