Shoppings Sá Cavalcante amplia portfólio com dois greenfields

Shopping Dutra (RJ) e o Shopping Plaza Guarulhos (SP) são os lançamentos da companhia

O Grupo Sá Cavalcante completa meio século em 2024 e o investimento no setor de shopping centers teve início em 1996. Atualmente, são seis ativos nesse segmento e há mais dois greenfields previstos, o Shopping Dutra (RJ) e o Shopping Plaza Guarulhos (SP). Ao longo do anos, sempre se destacou por ser um propulsor do desenvolvimento socioeconômico das regiões onde está presente e pela diversificação de negócios, sendo que há uma grande sinergia entre eles, o que acaba gerando novas oportunidades. Empreende em diversas frentes: incorporação imobiliária; planejamento, construção e administração de shopping centers; franquias e marcas próprias de alimentação; e comunicação. É um grande gerador de empregos, apenas a Shoppings Sá Cavalcante propicia 16 mil postos de trabalho diretos e indiretos e tem mais de 1.100 lojas em seu ecossistema. A seguir, Leonardo Cavalcante, CEO da Shoppings Sá Cavalcante, relembra alguns dos momentos dessa trajetória, destaca os investimentos recentes e conta sobre os novos projetos. 

Revista Shopping Centers – Em 2024, o Grupo Sá Cavalcante completa 50 anos. Quais são os fatos mais marcantes dessa trajetória?

Leonardo Cavalcante  – O Grupo Sá Cavalcante foi fundado por meu pai, Walter de Sá Cavalcante Júnior, e desde cedo a empresa estabeleceu uma conexão forte entre a família e o negócio. Ao longo dos anos, passou por um crescimento significativo e eu fiz parte ativa da diversificação bem-sucedida dos segmentos de negócio. A companhia, que nasceu no Maranhão e, hoje, está presente em seis estados (MA, ES, PI, PA, RJ e SP), completará 50 anos em 2024. Esse aniversário não só comemora a longevidade, mas também representa um testemunho do nosso compromisso constante com a inovação e a adaptação às mudanças do mercado. Além disso, o Grupo se destaca por sua contribuição para o desenvolvimento socioeconômico das regiões onde está inserido, proporcionando empregos e participando ativamente em iniciativas de responsabilidade social. Hoje, os nossos negócios geram cerca de 18 mil empregos diretos e indiretos, além de mantermos parceria com diversos setores do poder público e privado, para realização de projetos com benefício social como, por exemplo, ações de vacinação, palestras profissionalizantes gratuitas para a população, feiras de adoção pet, iniciativas voltadas para empreendedores locais e muito mais. 

Ao longo dos últimos anos, a empresa, que iniciou como uma construtora, se transformou em uma companhia que atua hoje com incorporação imobiliária – negócio responsável pela construção de mais de 17 mil unidades (entre residenciais e comerciais); planejamento, construção e administração de shopping centers – são seis shoppings em operação, dois greenfields e cerca de 1.100 lojas ativas em nossos empreendimentos; franquias e marcas próprias de alimentação – já são mais de 40 lojas com alta diversidade gastronômica e que atendem cerca de 1,5 milhão de clientes anualmente; e comunicação – emissora de TV, rádio e portal online de notícias.

Acredito que a junção de uma veia empreendedora forte, valores fundamentais e uma cultura proativa e colaborativa são os fatores que posicionam o Grupo Sá Cavalcante como um grande destaque no cenário empresarial, representando não apenas uma história notável, mas um compromisso contínuo com o crescimento sustentável e a excelência.

RSC – Recordando essa história, o que motivou a investir no segmento de shopping centers na década de 1990?

LC – Na década de 1990 surgiu uma oportunidade de investimento imobiliário que se mostrou muito promissora e, por isso, decidimos investir na compra do Shopping Tijuca, no Rio de Janeiro, esse foi o nosso primeiro movimento envolvendo esse  mercado. Inicialmente, seria mais um empreendimento que desenvolveríamos exclusivamente pelo viés da incorporadora, porém, ao longo do tempo, ao conhecermos e nos aprofundarmos no dia a dia de um shopping, nós enxergamos grandes oportunidades de negócio e nos apaixonamos. De lá para cá, já participamos de compra e venda de empreendimentos, inauguração de ativos no Sudeste, Norte e Nordeste, e administramos para terceiros assim como nossos próprios shoppings. São diversas histórias e uma trajetória de grande sucesso que guarda ainda muitas surpresas pela frente.

RSC – Existe uma sinergia entre os diferentes negócios do grupo?

LC – Não só existe, como é constantemente estimulada. Os diversos segmentos em que atuamos refletem a capacidade da companhia em se adaptar a diferentes mercados e criam oportunidades únicas de negócio. Acreditamos firmemente que a experiência adquirida em um setor pode ser aplicada estrategicamente em outro, potencializando os recursos e o conhecimento interno. Dessa forma, a sinergia entre os negócios do Grupo Sá Cavalcante não apenas fortalece cada setor individualmente, mas também cria uma base sólida para o crescimento sustentável e a inovação em toda a organização.

RSC – Nos últimos anos, a companhia fez investimentos em aceleração digital. Gostaria que me contasse como tem sido o desempenho das plataformas digitais da companhia, como a página de comercialização de espaços dos ativos e franquias.

LC – Nos últimos anos, a Shoppings Sá Cavalcante realizou investimentos significativos em aceleração digital, resultando em plataformas que têm desempenhado um papel fundamental na expansão e eficiência dos nossos empreendimentos.

A página de comercialização de espaços em nossos ativos proporcionou uma abordagem mais ágil e acessível para empreendedores interessados em desenvolver negócios em nossos shoppings, seja através da veiculação de mídia ou abertura de lojas e/ou quiosques. Além disso, avançamos para uma página que apresenta as marcas de franquias que já aprovaram os nossos shoppings e que agora buscam franqueados para a operação. Foram dezenas de contratos assinados desde o lançamento da página em todas as categorias (loja, mall e mídia), com negócios gerados para todos os seis shoppings ativos do nosso portfólio.

RSC – Com seis shoppings no portfólio, em quatro estados, há projetos de greenfields e expansões em desenvolvimento? 

LC – Iniciamos o ano de 2023 com o lançamento da expansão do Shopping da Ilha, em São Luís (MA), um novo piso que agrega mais de 5 mil m² à ABL do shopping e gera um potencial de mais de 50 novas operações no empreendimento, em um espaço onde hoje já contamos com grandes marcas como Nike, Magalu, Americanas, UCI Kinoplex e muito mais. Além disso, temos em nosso portfólio dois projetos greenfields, o Shopping Dutra (RJ) e o Shopping Plaza Guarulhos (SP). Entendemos que foco, planejamento e análise de dados/cenários são fatores de extrema importância para o desenvolvimento saudável de um empreendimento e, por isso, é necessário seguirmos etapas bem definidas para projetos como esses. Atualmente, nosso foco primário é o Shopping Dutra (RJ) – e isso é uma novidade exclusiva para a Abrasce – e em breve, o mercado começará a ver o que temos planejado para o empreendimento.

RSC – Existem perspectivas de aquisição ou venda de algum ativo?

LC – No momento, não temos intenção específica de vender algum dos ativos que fazem parte do portfólio da Shoppings Sá Cavalcante. No entanto, nossa abordagem estratégica é direcionada pela constante análise de oportunidades de negócios e pela observação atenta dos movimentos do mercado de shopping centers. Estamos comprometidos em manter um portfólio dinâmico e em constante evolução. Mantemos uma postura aberta às movimentações do mercado e às oportunidades que possam surgir, pois acreditamos na importância da adaptação e na busca contínua por excelência. Nossa prioridade é a expansão saudável do nosso portfólio e estamos preparados para explorar oportunidades que agreguem valor à Shoppings Sá Cavalcante.

RSC – Como estão as vendas, o fluxo e a taxa de ocupação dos ativos?

LC – A projeção para o final de 2023 é de um crescimento considerável, comparando ao ano passado. Falamos de um incremento de mais de 15% em vendas totais, em um ano onde tivemos mais de 40 milhões de pessoas visitando os nossos seis empreendimentos. Hoje, o portfólio da Shoppings Sá Cavalcante conta ainda com uma taxa de ocupação de mais de 94% de uma ABL com mais de 243 mil m².

RSC – Qual é a sua avaliação sobre o ano de 2023?

LC – 2023 foi um ano de grandes desafios, porém, na mesma proporção, de grandes conquistas. Avançamos com projetos muito importantes e que deixam os nossos empreendimentos cada vez mais preparados para receber quem nos visita. Tivemos o lançamento de expansão, realizamos grandes investimentos em revitalização dos nossos ativos com ações envolvendo paisagismo, reformas estruturais etc, avançamos com nossas ações que fomentam uma cultura data driven e de agilidade para tornar os nossos times cada vez mais preparados para as novidades do mercado, aprovamos através de um projeto interno – o Essência Sá – a nova fragrância que será a marca registrada dos nossos shoppings, aprovamos um novo projeto de câmeras de segurança e muito mais. Então, em resumo, 2023 foi mais um ano de sucesso para a Shoppings Sá Cavalcante.

RSC – Qual é a expectativa para 2024?

LC – Crescimento e consolidação. Essas são as duas palavras que orientam não só 2024, mas os próximos dez anos de avanços planejados para a companhia. Entre a potencialização do portfólio existente, novos projetos e linhas de negócio, temos grandes marcos definidos para os nossos próximos anos e para 2024, junto aos 50 anos do Grupo Sá Cavalcante, o mercado verá a movimentação de duas grandes novidades da Shoppings Sá Cavalcante, a primeira é a que já citei – o Shopping Dutra (RJ) – e a segunda, em breve divulgaremos mais informações.

RSC – Atualmente, a Shoppings Sá Cavalcante gera quantos empregos diretos e indiretos?

LC – Entre os colaboradores dos nossos empreendimentos atuais e as equipes presentes nas lojas que operam em nosso portfólio, falamos de um impacto de cerca de 16 mil empregos gerados apenas pela Shoppings Sá Cavalcante, espalhados pelo Espírito Santo, Maranhão, Pará e Piauí.

RSC – Por atuar há tantos anos no segmento, quais são as transformações mais significativas e desafiadoras que presenciou do setor de shopping centers?

LC – O mercado de shopping centers realmente passou por transformações notáveis ao longo dos anos. Podemos destacar como as mais significativas dos últimos tempos: a integração entre os canais online e offline, que se tornou uma necessidade, buscando proporcionar uma experiência omnicanal aos clientes; a responsabilidade social, que ganha cada vez mais força, onde entendemos que nossos ativos podem e devem gerar impacto positivo na sociedade; o foco em experiência do cliente, por muitos anos os shoppings eram vistos apenas como destinos de compras e com essa virada entende-se que os empreendimentos podem gerar experiências memoráveis para além de uma relação apenas de consumo. Por último, outra grande virada é a de negócios orientados por dados, onde reconhecemos que a experiência e o conhecimento do negócio ganham ainda mais força quando baseamos as tomadas de decisão em análise de dados, desde um evento a ser realizado até uma marca que será aprovada para fazer parte do mix de um empreendimento, tudo precisa ser avaliado com base em dados.

RSC – Muito se fala em shopping do futuro, acredita que o shopping da atualidade já é o futuro?

LC – O shopping da atualidade representa uma transição significativa para o que poderíamos chamar de ‘shopping do futuro’, incorporando elementos como integração online/offline, foco na experiência do cliente e inovação. No entanto, o cenário continua a evoluir em resposta às mudanças nas preferências das pessoas, ao comportamento de consumo delas e aos avanços tecnológicos. O ‘shopping do futuro’ pode envolver mais personalização, integração avançada de tecnologias e uma ênfase ainda maior em práticas de responsabilidade social. O processo de inovação e adaptação é contínuo para atender às expectativas dos consumidores e às demandas desse ambiente de negócios tão dinâmico que é o de shopping centers.

RSC – Como tem sido o trabalho de ESG (Environmental, Social and Governance) desenvolvido pelo Grupo Sá Cavalcante e como tem divulgado essa agenda ao mercado?

LC – Neste momento, estamos desenvolvendo um projeto junto à ASAS (Agência de Soluções Ambientais e Sociais), onde já definimos toda a materialidade ESG que se aplica ao nosso negócio. Agora, iniciaremos um período de auditoria para identificarmos o que precisa ser realizado para alcançarmos a certificação efetiva. O que foi interessante observar durante esse processo é que, para além da certificação, conseguimos identificar que, na Shoppings Sá Cavalcante, já existe uma série de iniciativas que está enquadrada como projetos de relevância ESG, o que demonstra que atividades que gerem benefício socioeconômico, de forma responsável e com desenvolvimento sustentável já estão em nossa cultura de forma empírica e isso é o mais importante.

RSC – Por serem associados da Abrasce há muitos anos, como avalia o trabalho da entidade em defesa do setor?

LC – O trabalho da Abrasce é essencial na defesa e fortalecimento contínuo do setor de shopping centers no Brasil. A entidade desempenha um papel fundamental na representação dos interesses dos shopping centers perante autoridades governamentais e na promoção de políticas que beneficiem a indústria. Além disso, a associação oferece oportunidades valiosas para o desenvolvimento profissional, intercâmbio de informações e networking, contribuindo para a excelência operacional e inovação no setor. Sua abordagem proativa em áreas como sustentabilidade e responsabilidade social reflete o compromisso da Abrasce em impulsionar o crescimento sustentável e a relevância dos shopping centers no cenário empresarial brasileiro.