Abrasce divulga Relatório de Sustentabilidade
O estudo traz um panorama de indicadores ambientais, sociais e de governança do setor de shopping centers
A Abrasce lança Relatório de Sustentabilidade e mostra dados atuais das práticas de ESG (Environmental, Social and Governance) do setor de shopping centers. Os resultados apresentados são baseados em uma pesquisa aplicada e tabulada pela equipe da ASAS Agência de Soluções Ambientais e Sociais, enviada aos 620 shoppings em operação no país em 2022, sem considerar os novos shoppings inaugurados no período. O estudo está disponível gratuitamente no aplicativo, na área restrita aos associados e em download no site.
“Foram quase dois meses de coleta de dados e, como a ASAS atende as maiores redes de shopping desde 2010, temos um conhecimento dos temas materiais, então, fizemos um filtro do que realmente impacta positivamente ou negativamente os negócios. A partir disso, desenvolvemos um formulário abrangente com perguntas personalizadas específicas para o setor de shopping centers dentro dos três eixos: ambiental, social e governança”, conta Daniela Lacombe, diretora da ASAS.
Para poder traçar essa Matriz de Materialidade, a Abrasce, em parceria com a ASAS, indicou esses temas de maior interesse, correlacionando-os com alguns dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU). A análise dos impactos causados pela operação de shoppings e a pesquisa de benchmarks nacionais e internacionais embasaram a definição dos tópicos de cada eixo.
Segundo Caroline Louise Gulisz, coordenadora de Inteligência de Mercado da Abrasce, por meio da matriz de materialidade, foi possível realizar um detalhamento de dados antes não levantados de governança e também de práticas sociais.
“Nos últimos anos, esses temas têm ganhado muita relevância e o relatório vem selar o comprometimento do setor com a agenda ESG. O ambiental é um pilar que vinha sendo mais consolidado, mas vemos que o Social já aparece com mais destaque e ainda trazemos como novidade a Governança. Esses dois, Social e Governança, irão ter mais força para os próximos anos. Retomamos essa pesquisa para monitorar como todos esses indicadores.”
Como houve a inclusão de novas questões, nem tudo traz comparativos, mas, agora, essa será a base da Abrasce para os relatórios futuros, que passam a ser realizados a cada dois anos.
De acordo com Daniela, o estudo é bem positivo porque, de uma forma geral, já existe um movimento do setor, mas ressalta que é preciso também apresentar essa relevância para companhias menores.
“Sustentabilidade é gestão de riscos e oportunidade para o negócio. Falta ainda uma visão das pequenas administradoras de que isso se tornará um diferencial competitivo.
Após a divulgação do relatório com a matriz de materialidade do setor e com os números trazidos de uma forma bem detalhada, os shoppings vão entender que isso é uma preocupação maior. Sem dúvida, esse posicionamento da Abrasce é inédito e pioneiro de puxar o setor como um todo”, ressalta a diretora da ASAS.
Além de mapear o que vem sendo feito, o estudo tem o objetivo de fomentar e fortalecer cada vez mais essas práticas e ainda dar visibilidade, para a sociedade e o poder público, do envolvimento do setor. “Trazemos ainda uma análise por regiões, mostrando como esses indicadores estão performando, o que é muito interessante”, afirma a coordenadora de Inteligência de Mercado da Abrasce.
Segundo Caroline, a Abrasce sempre incentiva cada vez mais essa cultura e o Prêmio Abrasce na Categoria Newton Rique de Sustentabilidade|ESG é uma maneira de reconhecer os cases desenvolvidos pelos shoppings. “Na edição de 2023, tivemos recorde de inscritos.” E a expectativa é que a cada ano esse número aumente, sendo um reflexo das ações socioambientais e de governança do setor. A Abrasce reforça que a gestão legítima de uma agenda de desenvolvimento sustentável exige a revisão de conceitos, o mapeamento da cadeia de valor, o reconhecimento dos impactos gerados e o aprimoramento de processos em um fluxo de melhoria contínua.
Alguns dos principais dados
Entre todos os resultados, alguns se destacam no estudo como poderá ver com mais detalhes e explicações ao acessar o relatório completo. No eixo social, 89% dos shoppings realizam campanhas de arrecadação de donativos e adoção de animais. Há ainda uma preocupação com as comunidades do entorno e, com isso, 59% assumem o compromisso de realizar ações sociais de longo prazo, sendo que a maioria tem até três projetos voltados para essas pessoas e esse movimento acontece em todas as regiões do país. Os ativos também realizam campanhas educacionais para conscientizar seus frequentadores e oferecem campanhas culturais. A pauta de diversidade e inclusão se faz cada vez mais presente dentro da estrutura organizacional das empresas, assim como nas iniciativas voltadas para os visitantes. O relatório mostra que 76% dos shoppings brasileiros promovem ciclos de palestras sobre Diversidade e Inclusão.
A Governança também tem tido a atenção dos empreendimentos e, para poder monitorá-la, a pesquisa se fundamentou em 11 indicadores de referência. A maioria dos shoppings reportou a aplicação de 10 a 11 práticas, sendo as mais frequentes auditoria (94%) implementação de código de conduta (93%) e aplicação das diretrizes da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais – LGPD (90%). Apesar do progresso, o estudo aponta que alguns shoppings ainda têm aderência limitada às boas práticas de governança, o que mostra que ainda há espaço para melhorias nos aspectos governamentais, de mercado e de gestão de riscos.
No eixo ambiental, as medidas adotadas refletem diretamente não só em economia, mas trazem reputação e engajamento, diferenciação competitiva, mais resiliência para possíveis desafios no futuro, entre outros pontos. As novas tecnologias voltadas para a gestão de água continuam sendo incorporadas. Atualmente, 90% dos shoppings brasileiros utilizam torneiras com arejadores, 71% utilizam torneiras automáticas e 55% têm descargas com redutores de vazão. Na gestão de resíduos, 93% possuem áreas para o armazenamento e segregação de resíduos, destinando-os corretamente, e 82% contam com coleta seletiva nas áreas de alimentação, 70% nos espaços comuns e 68% em copas e refeitórios.
Quando o assunto é energia, 92% adquirem-a do Mercado Livre de Energia e 87% utilizam o recurso proveniente de fontes renováveis. “Em todos os eixos, é possível ter melhorias. Ao lançar essa matriz setorial, a Abrasce está se posicionando fortemente e essa pesquisa aprofundada será um balizador e dará uma sacudida para o setor olhar a importância disso, até porque os shopping centers são grandes lançadores de tendência”, aponta Daniela.