MAI/JUN 2019 - Edição 224 Ano 32 - VER EDIÇÃO COMPLETA

Os melhores momentos dos debates do Seminário de Segurança e Operações 2019

18 de junho de 2019 | por Solange Bassaneze | Foto Ellementar Estúdio
Na área de segurança, painelistas reforçaram a importância da parceria com o poder público, o uso de tecnologia e cada vez mais treinamento para fazer a segurança patrimonial e de pessoas
O secretário de segurança pública do estado de São Paulo, João Camilo Pires de Campos, discursou na abertura do evento

O Seminário de Segurança e Operações 2019, realizado em maio, no Centro de Convenções do Expo Center Norte, na capital paulista, reuniu gestores de shopping centers e trouxe uma troca de informações enriquecedora. A segurança foi tema do primeiro e do segundo dia dos debates. O secretário de segurança pública do estado de São Paulo, João Camilo Pires de Campos, abriu o evento e reforçou que não há como separar a segurança privada da pública, pois, apesar de terem eixos distintos, ambos têm o mesmo propósito. “Nosso fim é proteger pessoas, patrimônios, mas, acima de tudo, sonhos e esperanças. Por isso, há um trabalho contínuo nesse aspecto”. Falou ainda sobre a importância da integração entre as polícias e as guardas civis municipais com a segurança privada e com as comunidades. “Conheçam os delegados e os policiais dos distritos da área de seus shoppings e mantenham esses vínculos porque temos o propósito de proporcionar a segurança, que é o bem mais desejado pela população hoje.”

Relacionamento com Órgãos Externos: Parcerias Público e Privada

Da esquerda para a direita, Coronel Telmo, Rodrigo Hidalgo, Delegado Olim e Major Corbage

As falas do general deram o gancho para o primeiro painel. Mediado pelo repórter investigativo do Jornal da Band, Rodrigo Hidalgo, o debate reuniu três dos maiores especialistas em segurança do país: Major Marcelo Corbage, superintendente de inteligência da Secretaria Estadual Administração Penitenciária do Rio de Janeiro; o delegado Antônio de Olim, deputado estadual e presidente da Comissão de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários do Estado de São Paulo; e o Coronel Telmo Ferreira Araújo, comandante do policiamento da área central da cidade de São Paulo.

No debate, Corbage falou sobre a importância de envolver as forças públicas em simulados em shoppings. “Recentemente, fizemos um treinamento com a unidade de intervenção tática do BOPE em um shopping no Rio de Janeiro, visando à Copa América. A simulação foi uma tentativa frustrada de roubo a uma loja de telefonia e teve a parceria do Corpo de Bombeiros e do Batalhão da área. Com o treinamento, o policial pode ser orientado sobre a melhor forma de se entrar em um shopping center em situações de crise para não criar pânico”.

“Com a interiorização dos shopping centers, há uma necessidade de capacitação e de treinamento também nessas cidades. Como diz um dos lemas do BOPE, o último dia tranquilo foi ontem, e precisamos estar preparados”, reforçou major Corbage.

O deputado Olim afirmou que sempre foi a favor da parceria com empresas privadas. “Já acompanhei várias ocorrências que não passaram desapercebidas pelos shoppings, pois é um setor que investe em tecnologia, contribuindo para a investigação”. Segundo ele, muitos shoppings já estão preparados, mas precisam trazer a polícia para perto. Dessa forma, inibem a ação de bandidos, pois os criminosos irão saber que há profissionais preparados e a polícia chegará, caso haja uma ocorrência. Como medida, sugeriu ainda que os shoppings se aproximem dos Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs), pois a contribuição pode ser mútua.

“A iniciativa privada sempre pensa à frente, investe muito e ainda precisa ajudar o poder público”, afirmou o deputado Olim.

O Coronel Telmo, que comanda o centro da maior cidade do país, por onde afluem 9,5 milhões de pessoas diariamente, fez uma provocação à plateia logo na primeira pergunta. “Tenho 12 shopping centers na minha área, mas conheço apenas dois gestores de segurança. Não adianta chegar até o quartel para conhecer o coronel, capitão, sargento e tenente. Tem que chegar com a palavra: o que eu posso fazer para te ajudar ou colaborar com a segurança? A segurança privada entra como colaboração e passamos a pensar de forma sistêmica na sociedade, saindo da automatização. Precisamos nos conhecer: eu preciso conhecer o que faz o shopping e o shopping precisa conhecer sobre segurança. A população não quer saber quem vai dar segurança, mas ela quer segurança. No entanto, investe-se muito em tecnologia, mas se esquece de conversar com o vizinho”. Além disso, ele reforçou o interesse de estreitar o relacionamento com os shoppings, da mesma maneira que fez o ano passado com o segmento hospitalar, quando reuniu 50 gestores no quartel para uma capacitação de lideranças comunitárias. “Segurança pública se divide em três eixos: tranquilidade pública, salubridade pública e segurança pública. Segurança é ausência de risco, mas não existe risco zero na sociedade. E aí que entra a integração. O segmento privado é um parceiro, e precisamos ter essa integração.”

“Os momentos de pico dos shopping centers são de interesse da polícia, porque é possível fazer um planejamento de rotina de patrulhamento”, disse Coronel Telmo

A Aplicação da Inteligência em Riscos em Shopping Centers

Antonio Celso Ribeiro Brasiliano, presidente da Brasiliano Interisk, mostrou a importância de se usar a inteligência para integrar todas áreas de riscos de um shopping center e ter eficácia na gestão. Em sua opinião, isso é algo aplicado no mundo todo, mas com muitas deficiências ainda no Brasil. “A 4ª Revolução Industrial é disruptiva, veloz e ágil e veio integrar o lógico com o humano e o físico. Então, há interconectividade em tudo, o que abre espaço para a vulnerabilidade”, diz. Desta forma, surgem cada vez mais fragilidades de ameaças cibernéticas, e é necessário saber fazer uma gestão integrada e focar no que é mais crítico, antecipando-se aos fatos, pois os shopping centers serão vetores dessa insegurança cibernética, além de vítimas.

“É fundamental possuir um plano, mesmo sem todas as informações, e estar em constante movimentação e inovação. O gestor de risco precisa ter essa visão abrangente em alta velocidade, com agilidade e abundância de conhecimento genérico, para tomar decisão.” Por isso, a gestão integrada de inteligência em riscos e todas as disciplinas que apresentem riscos devem estar abaixo de um único gestor. Assim, ele poderá passar para a alta gestão da companhia quais são os riscos críticos para que possam priorizar os investimentos.

Gerenciamento de Crise & Processo de Gestão nas Diversas Perspectivas

Da esquerda para a direita, Flávio Castro, Dov Smaletz, Alexandre Judkiewicz e Nilton Almeida

Para abrir o debate, Nilton Almeida, gerente corporativo de segurança da Ancar Ivanhoe, trouxe como case de gerenciamento de crise o incêndio no Shopping Nova América, ocorrido em fevereiro em 2015, quando as chamas consumiram 20% do empreendimento. Ele contou como lidaram com a ocorrência desde o acontecimento do fato até a reabertura do shopping. Segundo Alexandre Judkiewicz, diretor Nacional de Operações do Grupo GR, a crise de segurança pode acontecer de várias formas, já que há os mais diversos tipos de ameaças. Por isso, é necessário fazer um trabalho de prevenção contínuo com o mapeamento de todas esses riscos. E uma das formas é por meio do treinamento e simulado. “No entanto, existe uma dificuldade de convencer os empreendedores de se fazer um grande simulado, porque entendem que esse evento pode repercutir negativamente com os clientes, e isso precisa ser desconstruído. Ademais, o brasileiro é muito otimista, acha que uma catástrofe só acontece com o vizinho. Temos medo de falar sobre o tema ainda, apesar de já termos evoluído nos últimos anos”, diz Judkiewicz.

O Hospital Israelista Albert Einstein é um exemplo a ser seguido, pois promove há cinco anos grandes simulados envolvendo forças públicas e privadas. De acordo com Dov Smaletz, gerente de Segurança Patrimonial do Hospital, parte do segredo para gerenciar uma crise é treinar o tempo todo.

Dov Smatetz

“Quem nunca imaginou que pode acontecer ou vai acontecer algum tipo de desastre? Respondo que não é essa a questão, mas sim quando vai acontecer. Temos que acordar sabendo que hoje pode ser o dia. E se for o dia, que estejamos prontos para reagir de forma assertiva e mitigar danos colaterais futuros. A forma como se reage pode influenciar até no futuro do seu negócio”, alerta Smaletz. Por isso, o profissional orienta também a trabalhar de forma integrada com as forças públicas. O Eisntein, por exemplo, promove com regularidade um café da manhã com o Grupamento de Bombeiros para que possam conhecer a estrutura do hospital. “Saber como as forças públicas trabalham só ajuda”, diz.  Com sua experiência, acredita ainda que o ideal seria implantar essa cultura de mitigação de riscos desde a pré-escola, assim a população teria outra percepção dos riscos que um ambiente pode ter.

Caso a crise ecloda, Flávio Castro, sócio-diretor da FSB Comunicação, disse que é fundamental ter um porta-voz capacitado que possa levar com transparência a mensagem da instituição para a sociedade, a imprensa e as redes sociais. “Qualquer organização pode passar por uma crise, mas o que as diferenciam é a forma como reagem. Por isso, a informação nunca deve ser abafada e faltar com a verdade, pois será desmentido rapidamente e ela vira combustível para aumentar ainda mais a crise”. Na sua visão, demonstrar a preocupação com segurança só tem a agregar à construção da imagem da companhia.

Impacto das Novas Tecnologias Digitais em Segurança

Mediado por Nelson Junior, gerente de segurança, do Shopping Eldorado, o debate mostrou como a tecnologia caminha ao lado da segurança. Primeiramente, Matheus Torres, CEO da Retina, apresentou como se dá a ferramenta de reconhecimento facial, que utiliza inteligência artificial. “Como temos índices em arquitetura descentralizada, conseguimos levar essa estrutura no totem ou aplicativo do celular, tornando o acesso fácil e flexível. Desta forma, é possível colocá-la em funcionamento em estruturas já instaladas. No entanto, ela funciona na ponta e depende de processos operacionais. Todo o modus operandis é feito pela força policial em cooperação com o ente privado.”

Matheus Torres

O vigilante precisa entender o alerta, a CFTV faz o monitoramento e a força policial comanda a abordagem apenas do lado de fora do empreendimento. Esse é o procedimento padrão. “Entre fazer o reconhecimento facial e gerar o alerta demora apenas 5 segundos”, elucida Torres. O reconhecimento facial não trafega imagens, apenas algoritmos a partir de um rosto. Então, isso faz com que o processo seja blindado. Se não corresponder à black list, o descarte é imediato. Os bancos da black list são montados a partir de convênios feitos com órgãos das Secretarias de Segurança Pública.

Longinus Timochenco

Falando um pouco sobre a segurança de dados, Longinus Timochenco, diretor of cyber defense Latam da Stefanini Rafael, disse que a maior preocupação dos executivos é com o vazamento de informações. No entanto, isso não é apenas de responsabilidade do TI. “Como hoje tudo é informação e está interligado, a empresa não pode se enganar se tem segurança ou não. Antes de buscar as soluções tecnológicas mais avançadas, é necessário fazer melhor o básico. E isso envolve pessoas, processos e tecnologia. É preciso educar, treinar e, depois, responsabilizar. Cada um na sua hierarquia, desde o faxineiro até o executivo, tem responsabilidade com a informação”, afirma.

Paulo Gazani

Paulo Gazani, diretor executivo da Fort Knon, diz que a segurança está em uma fase de mudança radical e é influenciada diretamente pela inteligência artificial, deep learning e Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês). “Lugar seguro é lugar inteligente. Estudos comprovam que um segurança consegue ver sete pessoas em 20 minutos em imagens projetadas por cem câmeras na CFTV. Com o uso de tecnologia, isso muda radicalmente. A partir de uma foto ou de características físicas, é possível encontrar uma criança perdida em até 2 minutos. Além disso, hoje, robôs podem fazer ronda, trazendo mais eficiência. E tudo isso pode ser trabalhado dentro do que o shopping dita como não conformidade”, reforça.

Elton Borgonovo

De acordo com Elton Borgonovo, presidente da Motorola Solutions Brasil, a tecnologia também está presente na radiocomunicação. A empresa atua na comunicação crítica há 90 anos e tem um sistema motoTRBO, voltado para o segmento comercial. “É um software de operação crítica que consegue reunir diferentes pessoas a partir de um computador e uma interface gráfica, facilitando a comunicação”, explica. Além disso, a companhia oferece a plataforma Wave, que integra todos os sistemas de comunicação e pode ser acessada de diversas formas, inclusive pelo smartphone.

Construindo uma Tropa de Elite

Paulo Storani

Paulo Storani, ex-chefe de instrução personalizada do BOPE, fez a plateia refletir sobre o papel da escola e dos pais na educação. Ele apontou que 20% dos jovens com 20 anos não estudam nem trabalham, o que tem sido um problema para a sociedade como um todo, gerando um impacto social. Segundo ele, para que se possa evoluir e cada um cumprir sua missão, é preciso ter cobrança, já que os erros devem servir para nos ensinar a não os cometer novamente. E isso começa em casa e na escola. “Apenas com responsabilidade e comprometimento, é possível mudar a sociedade”.
No BOPE, por exemplo, todos são voluntários e sacrificam algo em suas vidas porque acreditam em uma causa e um propósito. No caso dos shoppings, ele sugere ouvir e dar atenção a toda equipe, principalmente o pessoal da limpeza, que circula por todo o mall. “É preciso falar, interagir, reunir, mostrar necessidade e calibrar o olhar das pessoas para uma segurança sistêmica do qual os colaboradores fazem parte. É preciso mobilizá-los, informá-los, trazê-los para junto e conhecê-los individualmente. A melhor estratégia é engajá-los e, para isso, é preciso falar com eles, reconhecê-los e valorizá-los”, diz.
Para quem exerce o cargo de liderança, Storani também deixou a mensagem que, primeiramente, o líder deve acreditar na missão. “O cargo de chefia é o momento de deliberar. A postura e a posição do líder permitem que influencie comportamentos, tornando-se exemplo para os demais. Não podemos exigir compromissos sem mostrar comprometimento.”

Os impactos e cuidados com crianças em situação de vulnerabilidade

Da esquerda para a direita, Sergio Vieira Miranda da Silva, Flávia Cunha e Thiago Pampurre

Mediado por Flávia Cunha, gerente de Assuntos Institucionais da Abrasce, o painel trouxe cases de dois shoppings da brMalls sobre como resolver o problema com o menor pedinte e o menor infrator dentro do shopping, já que a legislação permite a entrada de menores desacompanhados de um responsável.

Segundo Thiago Pampurre, gestor de segurança do Norte Shopping, o melhor caminho é acolher e conhecer essas crianças. Foi o que ele fez no Norte Shopping, localizado dentro dos piores quadrantes de segurança pública do Rio de Janeiro, a um raio de 5 km das principais comunidades deflagradas do tráfego de drogas e das milícias. Em 2014, o cenário destas crianças era de abandono por pais ou responsáveis, em situação de vulnerabilidade, com risco de acidente ou atropelamento, evasão escolar, trabalho infantil e práticas de atos infracionais.

Thiago Pampurre, gestor de segurança do NorteShopping

Em 2016, mudaram a forma de encarar o problema. “O primeiro passo para a busca de uma solução foi entender o Estatuto da Criança e do Adolescente, para poder argumentar e fazer a busca individualizada da relação com órgãos públicos. Conseguimos integrar Subprefeitura, Secretaria Municipal do Desenvolvimento Social, Conselho Comunitário de Segurança, Guarda Municipal e Polícia Militar”, conta Pampurre. Então, criaram um núcleo social dentro do shopping para levar essas crianças para assistirem a um vídeo e comer. Enquanto isso, acionam o Conselho Tutelar, que chegam rapidamente, e essas crianças são encaminhadas para um abrigo com o objetivo de reintegrá-las à sociedade. No caso de ato infracional, a Polícia Militar é acionada. “Ao tratarmos cada caso, vamos desestimulando as crianças a voltarem. Com ações cooperadas, conseguimos fazer com que essas crianças e adolescentes retornassem à escola e passassem a frequentar o shopping em ações com o Conselho Tutelar para assistir a um filme ou peças teatrais.”

No Shopping Metrô Santa Cruz, Pampurre encontrou outras dificuldades, com problemas envolvendo abandono e vulnerabilidade. Atos infracionais eram cometidos com frequência e os vigilantes trabalhavam sob pressão. “Para resolver a situação, começamos a busca individualizada com órgãos públicos. Como não conseguimos ajuda do Conselho Tutelar, partimos para o plano B e conseguimos o apoio do Instituto Peteca. Além disso, montamos um núcleo social, contratamos assistentes sociais, criamos uniformes para os agentes, distribuímos uma cartilha de conscientização aos consumidores e lojistas e divulgamos a ação no mall”, relembra Pampurre. Com isso, conseguiram que 11 crianças retomassem os estudos e dar emprego para uma adolescente no núcleo social do empreendimento. Outras duas famílias perderam a guarda dos filhos e o Bolsa Família.

Segundo Sergio Vieira Miranda da Silva, sócio do escritório Lobo & Lira Advogados, existe uma grande quantidade de entidades públicas e privadas envolvidas no direito da criança e do adolescente. Essa proteção é verticalizada, passando pelos governos federal, estadual e municipal, pelos três poderes e pela sociedade civil. “A Constituição diz que o estado tem que ter ações sociais voltadas para a criança ou adolescente, e o ECA afirma que deve oferecer uma política de atendimento articulado de ações governamentais e não-governamentais. E uma diretriz do ECA é a municipalização do atendimento, porque o governo federal emite as ordens gerais, mas cada município tem as suas peculiaridades. Desta forma, o shopping precisa ter um plano de ações conectado com o Sistema de Garantia dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes, de acordo com o município em que está localizado”, explica.

Dinâmica de um Atirador Ativo: História, Padrões, Prevenção e Sobrevivência

Dave Acosta, instrutor internacional e CEO da Youactical Nation e Fight Back Nation, instigou a plateia ao falar sobre como reagir, caso esteja em um ambiente com um atirador ativo. Massacres são comuns nos Estados Unidos, mas ele relembrou que, recentemente, o Brasil passou por situação semelhante, durante o caso da Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, quando dois jovens atiradores assassinaram 10 alunos e feriram outros 11. Por isso, é necessário se preparar.
Segundo Acosta, é sempre importante conhecer a rota de fuga de qualquer lugar que frequenta. “Ao perceber a presença de um atirador, deve-se procurar uma das rotas de fuga e, se não for possível sair, se esconder, de preferência, em um ambiente em que possa trancar a porta, colocando barricadas, ficando atrás de algo que possa te proteger dos tiros”, explica. Se o atirador te encontrar, ele recomenda lutar. “Sempre pensamos que quem está com a arma é mais forte e não reagimos. Geralmente, o atirador está a menos de 1 metro da pessoa e sua única chance é lutar, porque o criminoso não espera por essa reação”, diz.
Segundo ele, depois do massacre de Columbine, quando dois alunos executaram 12 alunos e a professora há 20 anos, o procedimento da polícia nos Estados Unidos mudou. Na época, o protocolo era tirar as pessoas e esperar a SWAT para assumir o caso. Com isso, os policiais entraram no local 45 minutos após o início da ação dos criminosos. “Depois disso, todos os profissionais receberam o treinamento da SWAT e a polícia americana passou a chegar em até três minutos para entrar no local. É a nova postura adotada pelos Estados Unidos. Também estamos orientando toda a população a seguir essa nova recomendação de correr, esconder-se e reagir. Tivemos casos em que a reação evitou as mortes. Em um deles, na Oregon School, um treinador desarmou o atirador. Em outra escola no Colorado, dois jovens reagiram e conseguiram conter o atirador. “Com essa nova instrução, só temos que nos manter vivos por três minutos”, conclui.

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