JUL/AGO 2019 - Edição 225 Ano 32 - VER EDIÇÃO COMPLETA

Salões de beleza ampliam o mix de serviços no mall

18 de agosto de 2019 | por Solange Bassaneze

Fluxo, comodidade, conforto e segurança atraem o mercado de beleza para dentro do shopping
Unidade do Studio W no JK Iguatemi

O Brasil é o terceiro país do mundo que mais lança produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Apesar do crescimento nos últimos dois anos não ter sido suficiente para neutralizar a perda do biênio 2015-2016, é um setor em franca expansão e com resultados surpreendentes, muitas vezes maior do que o restante da indústria. Como o comportamento do consumidor brasileiro tem influência direta nas vendas que apresentam bons números, podemos dizer que a cultura da beleza existe por aqui. Os gastos com cosméticos e as idas ao salão de beleza não são mais considerados supérfluos, inclusive, superam alguns custos, como alimentação. Dentro desse universo, os salões de beleza continuam em franca expansão e se fazem cada vez mais presentes no mix dos empreendimentos, sendo mais um serviço à disposição dos clientes que aproveitam toda a comodidade e conveniência do shopping para cuidar da aparência. Conheça algumas das principais redes que mantêm operações nesses centros de compras.

Referência no setor de beleza

Um dos salões mais renomados de São Paulo, o Studio W tem todas as suas unidades localizadas em shopping centers. O primeiro empreendimento a receber um espaço de Wanderley Nunes foi o Pátio Higienópolis, em 1999. Segundo Rosângela Barchetta, sócia-diretora do Grupo Studio W, além de proporcionar uma segurança superior em relação à fragilidade de salões de beleza localizados nas ruas, a operação dentro do shopping oferece aos visitantes a possibilidade de otimizar o tempo, que é um dos principais ativos dos dias de hoje. “O cliente encontra ainda diversas soluções para suas necessidades diárias, como supermercados, farmácias, academias de ginástica, lojas, além de muitas opções de lazer e gastronomia. Considerando nossos investimentos, o fluxo de consumidores é maior para operações localizadas em shopping centers”, complementa.

Unidade do Studio W, no Iguatemi São Paulo

O Grupo Studio W, formado pelo Ritu e Studio W, possui oito unidades, todas no estado de São Paulo. “Temos analisados planos para expansão e crescimento futuro”, diz Rosângela. Como é uma empresa séria, com processos organizados e uma marca com ótima reputação no mercado de beleza, é constantemente convidada para abrir uma unidade em shopping center e faz questão de analisar cada uma das propostas recebidas. O Studio W tem diferentes tamanhos de operações. A metragem varia de 138 a 1.600 m² e, dependendo da unidade, atende mais de 250 clientes por dia. A equipe, formada por colaboradores e profissionais parceiros, tem aproximadamente 700 pessoas.

Rosângela Barchetta

De acordo com a sócia-diretora, o maior desafio do Studio W é estar em um mercado onde a informalidade ainda é predominante. “Nosso produto principal é a entrega da autoestima e autoconfiança aos nossos clientes. Para alcançar esse resultado, investimos fortemente em treinamentos e formação de profissionais. Atualmente, 88% da equipe é formada pela casa. Quanto mais formal o mercado, mais justa e ética será a concorrência”, enfatiza.

Investimento em formação

Os gestores da Lady&Lord também concordam que a mão de obra é um dos pontos que mais exigem atenção. Por isso, vem investindo em centros de formação. Além disso, a maior concorrência exige um atendimento de excelência. A história do Lady&Lord em shopping começou em 1983, quando foi aberto o Shopping Muller, primeiro empreendimento de Curitiba (PR), e viram uma oportunidade de inaugurar um salão com foco apenas no público feminino. “Antes, tínhamos apenas barbearias em galerias, mas percebemos que as mulheres, já naquela época, perdiam muito tempo em salão e precisavam otimizar o dia a dia para resolver outras pendências e o shopping proporcionava isso. Então, investimos nesta segunda unidade da marca assim que o Shopping Muller foi inaugurado. que apesar de ter um custo fixo mais elevado do que uma loja de rua, tem fluxo primário do shopping, o que ajuda a ficar menos dependente da carteira do profissional”, explica Chistopher Boff, diretor-geral, da Lady&Lord.

A rede tem 20 unidades em quatro estados, sendo que metade fica em shopping centers. Apenas três operações são próprias, as demais são franquias. Segundo Boff, com a taxa de franquia de R$ 70 mil, o custo por m² para abrir uma unidade da marca em shopping é de R$ 3,5 mil o m² com retorno do investimento em até 48 meses. Com faturamento de R$ 75 milhões em 2018, a rede atende cerca de 75 mil clientes por mês.

Primeira rede da América Latina

Salão Jacques Janine no Fashion Mall, no Rio de Janeiro (RJ)

Um dos primeiros a inaugurar salões de beleza em shopping centers foi a rede Jacques Janine. A trajetória começou em 1958, quando o casal Jacques e Janine Goossens abriu o primeiro negócio. Por ser uma marca âncora, passaram a ser convidados para abrir operações em shopping. O Shopping Ibirapuera, segundo mais antigo da cidade de São Paulo, foi o primeiro empreendimento a receber uma unidade da marca, em 1976, e permanece até hoje em funcionamento. Os convites ainda continuam, mas são avaliados de acordo com a necessidade de cada região ou franqueado.

Janine Goosses, fundadora do Jacques Janine

Segundo Janine Goossens, fundadora da marca, os shoppings oferecem diversas vantagens, como conforto e comodidade, unindo serviços, entretenimento e alimentação. “Com isso, conseguem atingir um alto fluxo de pessoas, aumentando as nossas probabilidade de atendimentos diários”, diz. Atualmente, são 59 operações no Brasil e uma em Orlando, nos Estados Unidos. Em shopping centers, são 22 unidades. Para este ano, não há projetos de expansão para shoppings, mas é algo sempre analisado. A rede ainda é uma grande geradora de empregos. “Temos em torno de 3 mil profissionais parceiros, que atendem cerca de 42 mil clientes por mês, número que pode variar conforme as sazonalidades”, relata Diane Goossens, diretora educacional da rede Jacques Janine.

Uma das maiores do país

Unidade do Barra Garden Shopping, no Rio de Janeiro (RJ)

Com 59 lojas e planos de expansão de abrir mais três no Rio de Janeiro, uma na região Sul do país e uma fora do Brasil até 2020, o Werner Coiffeur expandiu ao longo de mais de 30 anos com uma rede de franquias. Metade das lojas fica localizada em shoppings, sendo que a primeira operação foi aberta no Barra Garden, que fica no Rio de Janeiro (RJ), a segunda franqueada da empresa. De acordo com Adriana Araújo, supervisora de expansão e franquias da rede, os shoppings oferecem fluxo, marketing, segurança e conforto para os clientes. “Sempre recebemos convites de shoppings novos e/ou em expansão. Os principais interessados são de São Paulo e da região Sul do país, pois têm interesse em levar a nossa marca para atrelar ao mix de serviços e oportunidades de negócio e marcas queridas”, conta. A rede atende, em média, 120 mil clientes por mês e cada salão gera cerca de 35 empregos diretos. Todos os profissionais aprendem as mesmas técnicas na Academia de Educação, projeto desenvolvido pela rede. De acordo com Adriana, a maior dificuldade na prestação do serviço de salão de beleza ainda continua sendo captar mão de obra local. Por isso, a academia oferece cursos para todas as áreas de atuação dentro de um salão.

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