MAI/JUN 2019 - Edição 224 Ano 32 - VER EDIÇÃO COMPLETA

Seminário de Segurança da Abrasce cresce e promove debates sobre Operações

18 de junho de 2019 | por Paula Andrade | Foto Ellementar Estúdio
Evento convocou especialistas de diversas áreas para palestrarem em 10 painéis

Atendendo a pedidos, o tradicional Seminário de Segurança da Abrasce cresceu e abarcou temáticas relacionadas a Operações. Sendo assim, o público presente ao Centro de Convenções Expo Center Norte, na capital paulista, entre os dias 29 e 30 de maio pôde acompanhar debates importantes acerca de contratos, manutenção, energia, construção, sustentabilidade e muito mais. Acompanhe as soluções mais interessantes apresentadas nos painéis do Seminário de Segurança e Operações 2019.

Contrato de Performance

O gerente de operações corporativo na Terral Shopping Centers Ubiratan Alves moderou o primeiro painel que contextualizou o Service Level Agreement (SLA) e o Service Level management (SLM), contratos fechados entre os empreendimentos do setor e empresas relacionados à qualidade de entrega de serviços. De acordo com o profissional, hoje os shoppings reúnem mais de 800 mil colaboradores terceirizados e mantêm 6 mil contratos ativos, sendo que 31% deles são regidos por SLA e 7% por SLM.

De acordo com Sérgio Ehrlich, diretor de operações da Gocil, o SLA veio para ficar, já que traz conforto para analisar erros e estabilizar o mercado. “É uma ferramenta importante para o segmento, uma compreensão do que o cliente quer para a qualidade do serviço. Mas tem que ter acompanhamento no dia a dia e o fator de sucesso é o entendimento mútuo”, informou, adicionando que vale optar por cláusulas de revisão de tempos em tempos para tornar a operação mais maleável.

Michel Pipolo, diretor de segurança do Grupo GPS, concordou, avaliando que os contratos precisam ser transparentes e se, possível, redigidos a quatro mãos. “O melhor é gerir juntos os processos para saber se a performance está sendo entregue de acordo. Bem como ter no contratante um parceiro e buscar a melhoria contínua”, declarou.

Alves reforçou que é preciso redigir um acordo com tempo para haver qualidade. “Entrega excelente no contrato interfere no desempenho financeiro dos shoppings”, resumiu.

Cases de Experiências em Manutenção

Moderado por Matheus Brandão, gerente de operações da BRMalls, o painel contou com a presença de Renato Rinaldi, diretor executivo da Veman, empresa do Grupo Verzani & Sandrini; Tomaz Peters, diretor de marketing, estratégia e relacionamento com clientes, da  Sodexo; e Helder Canelas, gerente corporativo de serviços da ThyssenKrupp.

Rinaldi ressaltou a importância do momento em que vivemos a Revolução 4.0 e chamou a atenção para a manutenção preditiva, com a análise constante de equipamentos para elevar a vida útil. “Ela complementa a manutenção preventiva. É uma virada na nossa forma de trabalho: deixaremos de ser executadores para sermos planejadores.”

Peters apresentou os serviços de facilities da Sodexo, que conta com equipes volantes, soluções sustentáveis para limpeza, gestão de resíduos, robótica e mecanização. A empresa reúne mais de 600 clientes atendidos e 40 mil colaboradores. “É preciso valorizar as pessoas com treinamento e engajamento. E IOT não significa apenas colocar sensores nas máquinas e lugares, mas saber o que fazer com a informação gerada, ter capacidade de análise e inteligência. Por exemplo, definir capacidade de um banheiro para montar equipes de limpeza e colocar em campo”, revelou.

Já Canelas contou que há 12 milhões de elevadores no mundo realizando 7 bilhões de viagens diárias e que eles param 190 milhões de horas por ano por conta de interrupções corretivas ou preventivas. O profissional apontou o investimento da ThyssenKrupp em IOT e apresentou o dispositivo MAX, que capta informações dos elevadores e auxilia em sua manutenção, fazendo alertas, quando necessário, por meio de um aplicativo. “Os dados são coletados e enviados para a nuvem, para tratamento. O dispoitivo aumentou em 50% a disponibilidade dos elevadores. É um grande diferencial. Quanto mais dados, melhores serão as soluções. Está nas nossas mãos mudar, contendo erros para evitar acidentes”, alertou Canelas.

Eficiência Energética e Novos Projetos

André Luís de Oliveira, gerente de operações do Shopping Granja Vianna, convidou ao palco Carlos Shoeps, sócio-diretor da Replace Consultoria; Eduardo Guimarães, gestor corporativo da Enel Brasil; e Alexandre Becker, coordenador na gestão de mercado, riscos e portfólio da Engie, para traçar um panorama do cenário energético brasileiro e apontar saídas inteligentes para o setor de shoppings.

Guimarães contou que a Enel está presente em 35 países, atendendo 73 milhões de clientes no mundo e que a empresa deseja crescer por meio da energia renovável. Justamente por isso, a companhia vem fazendo mais investimentos em descarbonização, eletrificação e digitalização para atender as novas necessidades dos clientes. A empresa, inclusive, possui a maior usina solar privada do país. “Fazemos uma abordagem de ponta a ponta para consolidar a energia como serviço de alto valor agregado.”

Shoeps, em seguida, expôs que a Replace é uma consultoria independente desde 1988 e que presta serviços de inteligência de mercado e gestão de energia com flexibilidade nos contratos, tendo em vista a volume, a sazonalidade e a modulação. “É preciso prestar atenção à contratação de acordo com o perfil de carga e consumo”, reiterou.

O coordenador na gestão de mercado, riscos e portfólio da Engie comentou que sua empresa é líder em consultoria e gestão e foca na transição de soluções energéticas. “É indicado pensar na possibilidade de optar por uma solução hibrida. Deve-se comprar energia ou investir em placas solares? É importante analisar todos os fatores para não ter uma  surpresa no fim do processo”, adicionou Becker.

Sinergia Operacional entre Shoppings e Lojas

Rinaldo Gonçalves, gerente de engenharia da Aliansce Shopping Centers, moderou o painel composto por Bruno Max, gerente de conta da GPE Construtora; Vagner Correia, diretor técnico de operações do Grupo Iguatemi; e Marcelo Rezende, gestor de obras e responsável técnico, do Grupo Novva. Após breve apresentação sobre a necessidade de acompanhamento da relação comercial entre o shopping e os lojistas, desde a assinatura do contrato com o lojista até os procedimentos finais, que envolvem vistorias periódicas, Gonçalves passou a palavra para Rezende.

O especialista do Grupo Novva  disse ser fundamental o cumprimento do caderno técnico para garantir eficiência, qualidade e prazo da obra. “Como pontos de atenção, destaco a atualização das normas e a comunicação entre contratante e contratado como um todo. Nosso objetivo é atender o caderno técnico com efetividade e funcionou quando criamos processos direcionados ao cliente, tendo ferramentas de fiscalização para atingir as suas solicitações”, frisou Rezende.

Max concordou e acrescentou que para cumprir obras em shoppings deve-se seguir a rotina do empreendimento com metodologia de controle desde o projeto aprovado. O especialista  apresentou ainda a solução Bim, um software para gerenciamento de facilities. “Temos que visualizar o shopping como uma cadeia única que precisa de engenheiros específicos, com empresas voltadas ao setor, com esse DNA”, acrescentou o gerente de conta da GPE Construtora.

Correia fez questão de mostrar que o Grupo Iguatemi é muito exigente com obras em seus empreendimentos, atualizando anualmente seus cadernos técnicos e contratando apenas especialistas capacitados. “Obra terminada não é obra entregue. Sempre fazemos um monitoramento minucioso. Nossa política é tolerância zero, porque trabalho bem feito poupa energia e dor de cabeça. As rotinas de inspeção e treinamento servem para minimizar riscos a clientes”, alertou.

Sustentabilidade e Oportunidades

“Sustentabilidade é muito mais que meio ambiente. Na definição empresarial é se manter a longo prazo, envolvendo o tripé econômico, social e ambiental. Desculpe dar um spoiler a vocês, mas este é mais do que um Seminário de Segurança e Operações, é um Seminário de Sustentabilidade, porque queremos manter a indústria de shoppings a longo prazo”, declarou Elizabeth Morita, gerente corporativa de sustentabilidade e segurança patrimonial da Sonae Sierra Brasil, na abertura do painel, que contou com a presença de Ligia Camargo, head de sustentabilidade e comunicação da Danone; Marcelo Sopacasa, gerente executivo da Ambitrans Transportes; e Filipe Ivo, diretor de novos negócios da Sunew.

Ligia destacou a diferença promovida pelos atos diários em prol da sustentabilidade, mais do que ações grandes e pontuais. Em sua apresentação revelou que a Danone é uma empresa centenária, presente em 130 países e com 4.500 colaboradores no Brasil. Há 10 anos, a companhia revisou o seu portfólio para levar saúde por meio da alimentação e manteve a produção e comercialização apenas de águas, iogurtes, fórmulas e nutrição especial. “Estamos vivendo uma revolução que passa pela aproximação dos alimentos. Temos que ter atenção às nossas escolhas diárias. A sustentabilidade não está nas empresas, está nas pessoas”, enfatizou a head de sustentabilidade e comunicação.

O gerente executivo da Ambitrans elogiou os processos de reciclagem e compostagens já realizados nos shoppings e quis incentivá-los. “É muito importante saber como funciona o processo de descarte do lixo nos empreendimentos e os custos para os projetos de compostagens já diluíram muito. Confiram a estrutura, os drenos e a viabilidade dessa ideia, que traz muitas vantagens”, contou, acrescentando que em Santa Catarina, as redes de supermercado almejam construir uma central de resíduos próprios e que essa seria uma boa solução para os shoppings.

O diretor de novos negócios da Sunew fez um alerta sobre a situação climática atual. Desde 1850, a demanda por energia cresceu 20 vezes. De acordo com o especialista, o consumo no planeta está muito alto, mas se a captássemos energia solar em sua totalidade por apenas uma hora seria possível alimentar a demanda do mundo inteiro por um ano.

Ivo acrescentou que atualmente no Brasil a fonte de energia fotovoltaica é de apenas 1,2%, mas que cresceu 10 vezes nos últimos dois anos e chamou a atenção da plateia para o Painel OPV, painel fotovoltaico orgânico desenvolvido pela Sunew em 2009. A solução pode revestir fachadas e claraboias, além de estacionamentos, bicicletários e abrigos de ônibus. “Pensamos nas cidades como superfícies inteligentes capazes de gerar luz e energia”, avultou.

“Não tenham medo ser pioneiros” – Filipe Ivo – diretor de novos negócios da Sunew

O Futuro do Estacionamento e Oportunidades

Maurício Vieira, gerente corporativo de estacionamento do Grupo Iguatemi, moderou o debate que tratou sobre os desafios da mobilidade urbana e das oportunidades geradas pela tecnologia para os espaços de garagem.

Sergio Breyer, superintendente de novos negócios da Indigo, deu uma visão sobre o cenário atual onde mais de 50% dos brasileiros têm aplicativo de mobilidade, como Uber e 99, e exigem mais facilidade para se transportar e até para pagar. Segundo o especialista, é necessário lidar com as mudanças de comportamento dos consumidores e a frota crescente de veículos elétricos. “Os estacionamentos dos shoppings precisam contribuir com volume de receita e diminuir custos operacionais. Hoje, 89% deles ainda não têm tomadas para abastecer carros e patinetes. A matriz energética dos veículos vai mudar e o shopping será hub de energia. Por isso, fizemos parceria com a Brain Energy, startup com um parque eólico no Rio Grande do Sul”, revelou.

O profissional também fez uma provocação sobre os usos alternativos dos espaços de garagem, com a possibilidade de se ter guarda-móveis, lava-jatos, oficinas mecânicas para pequenas reparos e até área apropriada para receber pets.

Alexandre Muzeka, diretor comercial da Parkhelp Brasil, destacou que a palavra-chave para otimização dos estacionamentos é integração. Para ele, é preciso investir em tecnologia para aumentar a experiência ao cliente final, oferecendo melhor serviço, pagamento mais simples e reduzindo custos operacionais. “Para geração de receitas alternativas, temos que coletar informações e manter bancos de dados”, disse o diretor da Parkhelp Brasil, ao expor o exemplo de um shopping, que com um novo sistema integrado de câmeras na garagem, conseguiu reduzir custos, o tempo de atendimento aos clientes e o número de colaboradores na área de 17 para três.

Daniel Damas, diretor comercial da Nepos, frisou que o estacionamento é ponto decisivo para coleta de informações. “Mais do que detectar a placa do veículo, precisamos saber quem é o motorista. Por isso, devemos investir em tecnologia para conhecer o cliente e ter vantagem nas operações. Coletar dados no estacionamento ajuda nas estratégias do shopping”, resumiu.

Shopping 4.0 – Inteligência Artificial e Transformação Digital

Comandado por Fabio Hara, arquiteto de soluções de nuvem da Microsoft, o painel abordou as mudanças ocorridas no mundo de hoje lideradas pelo uso da tecnologia e da Internet das Coisas (IOT – na sigla em inglês). O profissional ressaltou o uso de drones para mapeamento de áreas, da impressão 3D para próteses e dos smartphones conectados a carros e geladeiras. “A IOT está presente até no gado. Uma empresa japonesa colocou tornozeleira eletrônica nas vacas para acompanhar o seu comportamento e saber o melhor momento para fazer as inseminações artificiais. Esse estudo elevou a taxa de gravidez dos animais em 70%”, relatou Hara.

Foram apresentados ainda exemplos de como utilizar as ferramentas da Microsoft para otimizar os processos de trabalho, captando dados e utilizando-os de forma inteligente. “Informação vale dinheiro. Para ter inovação, as empresas precisam chamar o pessoal de TI. Lembrando que podemos automatizar a parte de análise por meio de câmeras, mas que a inteligência ficará sempre por conta dos humanos.”

Valor Agregado: Tecnologia Aplicada à Limpeza

O painel mediado por Aurelio Filizzola, coordenador de operações da AD Shopping, trouxe ao público tendências e soluções relativas à assepsia dos empreendimentos.

Carlos Alberto Ferreira, COO do Grupo Brasanitas, enfatizou a relevância do conhecimento da jornada do cliente para inovar nos processos e agir preventivamente. Ele defendeu a utilização de soluções para controle do fluxo de pessoas em áreas críticas, como banheiros, para assegurar a frequência da limpeza. “Se eu souber que a cada 56 pessoas, o sanitário começará a ficar sujo, não precisarei de equipe fixa. Tocará um alarme para chamar um time. Hoje com a gestão de dados, posso fechar a área antes do encerramento das atividades do shopping, dispensando funcionários antes e não pagando adicional noturno. Assim, promovo mais economia”, comentou.

Rafael Peres, gerente de contas da 3M, tratou das vantagens em utilizar pisos abrasivos, que demandam menos tratamento de assepsia e polimento. Segundo o especialista, com produtos específicos é possível reduzir 85% dos custos com produtos químicos e 50% na utilização de mão de obra em processos de remoção de sujeira e aplicação de brilho nas superfícies. “As grandes tendências hoje são a unificação de processos, a redução no uso de produtos químicos e a limpeza autônoma”, apontou o profissional.  

Wagner Lamarca, diretor de operações da Vivante, chamou atenção para as macrotendências tecnológicas da área, com o uso de sensores, drones, IOT e integrated analytics. Em sua apresentação, lembrou que já existem robôs complementando o trabalho dos homens, a automatização de atividades e plataformas on demand integradas para providenciar equipes de limpeza, além de investimentos cada vez mais robustos em biotecnologia e nanotecnologia. “Há manipulação de bactérias para desinfecção de ambientes e impermeabilização de superfícies por até 5 anos. Apesar dos altos custos para a importação de equipamentos e soluções, essa realidade está próxima. É preciso capacitar profissionais de limpeza, para que essa mão de obra esteja preparada para a inovação tecnológica”, alertou.

Projetos Inteligentes de Climatização

“O ar condicionado é importante para a ambiência do shopping, por isso, os empreendimentos precisam ter um sistema efetivo e inteligente. O custo é um grande desafio é o custo. Esse painel vem para trazer bons exemplos que o mercado tem produzido”, ponderou Sideny Oliveira, diretor de operações do Grupo Partage ao abrir o debate, que contou com a presença de Celso Doná, gerente de engenharia de aplicação  da LG Eletronics; Edson Ferrara, gerente de vendas e energia da Trane do Brasil; e Nikolas Corbacho, gerente de marketing de produto da Midea Carrier.

Ferrara apresentou o caso do shopping Flamboyant para provar que vale a pena investir em um sistema de refrigeração. A Trane do Brasil foi a empresa responsável por substituir os equipamentos de 30 anos presentes no empreendimento. Estudos foram realizados no ano anterior e no ano posterior à instalação dos novos equipamentos e aferiram redução nos custos com energia de 40%. “Medições nos chillers indicaram que 60% do consumo de energia do shopping era com o ar condicionado. É uma dor quando o equipamento não é eficiente. Há também o apelo ecológico, as máquinas instaladas deixaram de gerar 156 toneladas de CO2 por ano”, indicou o especialista, lembrando que em até 5 anos o investimento é pago.

O gerente de engenharia de aplicação da LG Eletronics salientou que conforto térmico não tem relação apenas com a temperatura, mas também com a umidade do ar, e divulgou a tecnologia Dual Sensing Control. A solução proporciona mais bem-estar, pois não permite o ressecamento das mucosas das pessoas presentes ao ambiente. “É importante ainda pensar na automação, que permite acessibilidade, iluminação, ventilação e controle de CO2 por smartphone”, relatou.

Gerente de marketing de produto da Midea Carrier, Corbacho frisou que com uma gama variada de produtos com soluções diferentes, é preciso escolher o melhor de acordo com as necessidades de cada empreendimento. “Não existe solução padrão. Por isso, customizar projetos traz mais benefícios. Como os equipamentos possuem de 15 a 30 anos de vida útil, a avaliação é de longo prazo. Automação embarcada no produto tem papel fundamental, pois prevê algum dano ou interrupção”, concluiu, lembrando da importância da qualificação dos operadores das máquinas.

Um show de operação

O evento foi fechado em grande estilo com a apresentação de Rodrigo Tostes, diretor de operações do Comitê Rio 2016. O profissional contou como foi organizar o maior evento esportivo do planeta, os Jogos Olímpicos, com orçamento 30% menor e dois esportes a mais do que a edição anterior, realizada em Londres, em 2012.

Durante 17 dias, a capital fluminense recebeu 11.303 atletas de 207 delegações oriundos de 206 países e contou com o apoio de 40 mil voluntários. De acordo com Tostes, cinco grandes áreas foram priorizadas: zonas dos jogos, segurança, tecnologia, alimentação e transporte. “Nós nos preparamos para o pior. Priorizamos o que não poderia dar errado de jeito nenhum. O maior desafio foi encontrar um time para entregar o evento”, revelou.

O maior aprendizado é que sempre tem problema. O importante é contar com pessoas em volta para resolver

Para preparar as Olímpiadas, foi preciso substituir lideres de departamentos e criar uma nova cultura na condução do evento com reuniões mensais com todos os times para indicar com transparência total o que deveria ser cumprido. “Esses encontros deram confiança, sensação de pertencimento, engajamento e fizeram a diferença na entrega dos jogos. Você planeja durante muito tempo para executar em um tempo curto. Então, fazer a adequação entre o planejamento e a execução é fundamental”, conta Tostes.

Apesar da falta de credibilidade da mídia e da ausência de apoio por parte do poder público, a Olimpíada foi entregue com êxito. O segredo de sucesso, de acordo com Tostes, foi o treinamento exaustivo e o time engajado. “A nossa maior crise foi a situação da Vila Olímpica, com instalações comprometidas a 13 dias da abertura. O local estava um caos generalizado, com 80% dos quartos com problemas. Tivemos que acionar 3 mil novos trabalhadores para consertar a vila. Mas com time altamente preparado, conseguimos sair da crise.”

No fim das contas, os números confirmam o sucesso da Rio 2016: mais de 6,1 mil ingressos vendidos, R$1,23 bilhão de receita e 1,79 milhão de empregos gerados.

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