As ações solidárias que têm feito a diferença desde o início da pandemia
Em uma das crises mais difíceis da história, a palavra empatia ganhou força em todo o Planeta. Talvez, nunca se tenha visto tanta união entre diferentes povos com o único objetivo: de proteger a vida contra algo que não era esperado pela humanidade. E o setor varejista também faz parte dessa tendência, praticando a empatia solidária.
Essa atuação social faz, ainda, com que essas marcas sejam mais lembradas pelos brasileiros. O Magazine Luiza é uma das empresas que aparecem nos rankings destas pesquisas durante esse período. Logo no início da transmissão comunitária, as famílias Trajano e Garcia, controladoras do Magazine Luiza, doaram R$ 10 milhões de seus patrimônios pessoais. Os recursos foram gastos em equipamentos como respiradores, leitos, colchões e travesseiros para hospitais públicos e filantrópicos. A atitude ganhou repercussão nacional.
Além disso, a companhia adotou uma série de medidas para a manutenção do emprego, apoio aos pequenos fornecedores e suporte aos colaboradores mais vulneráveis. Outra iniciativa foi o lançamento de uma plataforma de vendas on-line voltada ao micro e pequeno varejista e aos autônomos. Em questão de dias, o ecossistema Magalu cadastrou mais de 10 mil varejistas e 100 mil pessoas físicas. A empresa tem o objetivo de estender essa parceria no pós-pandemia.
Soma de esforços
A Fundação CasasBahia, braço social da Via Varejo, tem contado com os parceiros para ajudar no combate à Covid-19. Até o momento, são mais de R$ 5 milhões investidos em diversas ações. Doou R$ 1 milhão para o Fundo Emergencial Mulher Empreendedora (F.E.M.E) para 2 mil mulheres empreendedoras de comunidades do Rio de Janeiro e São Paulo e apoio ao Fundo Periferia Empreendedora para concessão de crédito.
“Na live de Sandy e Junior, foram R$ 3 milhões em doações, já que dobramos o total arrecadado pelo público. Também arredondamos a doação para mil toneladas de alimentos para 6.105 Instituições cadastradas no Mesa Brasil, do SESC”, relata Hélio Muniz, diretor presidente da Fundação Casas Bahia.
A entidade ainda fez a logística entre hospitais e montadoras do Grande ABC e região metropolitana de São Paulo para o conserto de 90 respiradores. Também doou 4 mil cestas básicas, 300 kits de produtos de higiene e limpeza, camas e colchões, eletrodomésticos e eletrônicos. Foram beneficiadas comunidades, hospitais e governos municipais, estaduais e federal. Além disso, estão finalizando a produção de mil camas para doação às instituições por meio da fábrica de móveis Bartira.
“Vemos esse momento de crise como uma oportunidade para deixar um grande legado social, principalmente, o olhar e o entendimento da iniciativa privada sobre seu papel de suporte e auxílio às sociedade civil e comunidades mais vulneráveis no país”, Hélio Muniz.
Solidariedade por todo o país
Em meio a tantas perdas, as ações solidárias se estendem por todo o Brasil. No setor de alimentação, a Arcos Dorados, maior franquia independente do McDonald’s no mundo e com atuação no Brasil, promove uma série de iniciativas que tem como objetivo estar ao lado das pessoas. “Entendemos que é fundamental usar nossa escala para impactar positivamente a comunidade. Acreditamos na união de forças para que o país possa superar os desafios trazidos pelo novo coronavírus”, diz Rozália Del Gáudio, diretora de comunicação corporativa da Divisão Brasil da Arcos Dorados.
A empresa já doou mais de 50 mil refeições para profissionais que estão na linha de frente do combate à epidemia. Entre os beneficiados estão caminhoneiros, catadores de materiais recicláveis e instituições que auxiliam populações vulneráveis. A meta é de atingir 100 mil combos. Iniciaram também a entrega de ingredientes diretamente dos centros de distribuição para entidades que combatem a fome. Banco de Alimentos, Mesa Brasil, Associação Católica dos Samaritanos, Liga Solidária, Associação Sol e Arsenal da Esperança já foram contemplados. Até agora já foram mais de 40 toneladas de produtos doados.
“Estamos vivendo um momento sem igual e precisamos de muita solidariedade. Por isso, é extremamente importante olhar ao redor e para as comunidades onde estamos presentes e entender como é possível ajudar e fazer a diferença. Muitos varejistas estão entendendo que só temos a ganhar quando unimos nossas forças para o bem e que essa é a expectativa das pessoas, que estejamos juntos na busca de soluções”, Rozália Del Gáudio.
No Brasil e no mundo
O KFC vem desenvolvendo globalmente ações sociais por meio da iniciativa KFC Cares. No Brasil, a rede criou a projeto De Coração, KFC. O seu objetivo é oferecer apoio e conforto aos profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate à Covid-19. Em abril, iniciou a doação de 60 mil lanches para cerca de 100 unidades AMAs e UBSs nas áreas periféricas da cidade, por 16 semanas. A cada fim de semana, são distribuídos aproximadamente 3.750 sanduíches. A ação, realizada em parceria com a Secretaria de Saúde do Município de São Paulo, vai até 1º de julho.
“Tive a oportunidade de acompanhar algumas entregas e esse contato tem sido muito gratificante. Em uma delas, os moradores do prédio ao lado se uniram em uma salva de palmas. Foi um momento emocionante para a nossa equipe e também para os profissionais que têm enfrentado uma carga de horário bastante extensa”, relembra Jeronimo Junior, diretor-geral do KFC Brasil.
“É essencial que toda a sociedade se mobilize para enfrentar este momento tão delicado em no mundo. Uma ação se soma a outra e traz exemplos motivando novas empresas e cidadãos a ajudarem o próximo nessa situação que vai passar”, Jeronimo Junior.
Cuidados com todos
Referência no setor de cosméticos, a Natura &Co América Latina, responsável pelas marcas Avon, Natura, The Body Shop e Aesop, tem atuado em diferentes frentes no combate ao coronavírus. Como forma de barrar o contágio, doou mais de 2,8 milhões de unidades de sabonetes. Foram beneficiadas comunidades carentes, instituições de saúde e ONGs como Cruz Vermelha e Médicos Sem Fronteiras. “Além disso, reorganizamos as fábricas para garantir a produção em larga escala de itens de primeira necessidade: produtos de higiene pessoal e álcool em gel e solução 70%”, relata Paula Andrade, vice-presidente de Varejo da Natura &Co.
A empresa também ampliou a oferta de serviços de telemedicina e apoio psicológico aos colaboradores, força de vendas e trabalhadores terceirizados. As marcas Natura e Avon se uniram ainda no combate à violência doméstica, aderindo ao movimento global #IsoladasSimSozinhasNão.
Outro ponto abordado pela companhia foram formas para manter a economia circulando. Para isso, tem apostado em novos modelos de atendimento ao consumidor, como o sistema drive-thru, que está disponível em quase 30 shoppings.
“Para ajudar as consultoras da venda direta na América Latina, flexibilizamos crédito, postergamos prazos de pagamento. Também preparamos um fundo emergencial, que atenderá aquelas que ficarem doentes com a Covid-19 e as que estiverem em situação de vulnerabilidade social. E ainda temos empregado cada vez mais recursos digitais, para que as consultoras possam expandir seu negócio”, detalha Paula.
“No consumo pós-pandemia, a prioridade deve passar a ser pessoas e suas relações, não o consumo desconectado do propósito e seu impacto. Essa reflexão culminará no aprofundamento de diversas práticas. Desde o manejo de ingredientes e sua manufatura, até o nível de emissão de carbono na atmosfera do planeta. Nossa marca está conectada com essas demandas e acredita que poderemos sair dessa crise mais fortes do que antes”, Paula Andrade.
Com o apoio de fornecedores
As iniciativas da Lojas Renner no combate à crise sanitária já somam um investimento de R$ 5,6 milhões. Por meio do Instituto Lojas Renner, a empresa mobilizou uma rede de colaboração para apoiar hospitais em diferentes localidades do Brasil e em comunidades vulneráveis. A partir disso, foram doados 1,3 milhão de unidades de EPIs para instituições de saúde, fabricadas pelos próprios fornecedores da Renner. A varejista lançou ainda a plataforma Inovação do Bem, em parceria com o Hospital Albert Einstein, para conectar hospitais a produtores de EPIs e uniformes.
“As nossas ações de responsabilidade social seguem em andamento. Em junho, serão entregues parte das máscaras e aventais produzidos pelos fornecedores da Renner para instituições de saúde. Além disso, estamos doando máscaras de tecido para comunidades carentes do Rio Grande do Sul”, revela Eduardo Ferlauto, gerente sênior de sustentabilidade da Lojas Renner.
No final de maio, a empresa lançou também camisetas, em que parte da venda será revertida para o Instituto Lojas Renner. Essa renda contribuirá para a continuidade dos projetos voltados ao combate da pandemia. As peças transmitem mensagens reconfortantes e trazem estampas que inspiram carinho e gentileza no dia a dia. “Todas as camisetas foram desenvolvidas com matéria-prima de menor impacto ambiental e levam o Selo Re – Moda Responsável da Renner”, destaca Ferlauto.
Em paralelo, a varejista está implementando ações de suporte à cadeia de fornecimento, o que inclui a disponibilização de subsídio financeiro e consultoria a micro e pequenas empresas em seis estados brasileiros. “Ficamos gratos em ver a rede de solidariedade que ajudamos a formar, com o apoio de muitos parceiros. Colocamos nossa expertise no varejo de moda para alavancar a produção de máscaras e outros itens de proteção para doação. Acreditamos que atuando em uma corrente de solidariedade conseguimos potencializar os impactos positivos de nossas ações, cuidando daqueles que mais precisam de nós neste momento”, finaliza o gerente sênior.
