Galerías Pacífico, um ícone argentino
O prédio histórico carrega a elegância e o charme de Buenos Aires, um local belíssimo para passeio e um centro de luxo para compras
A flexibilização da entrada de estrangeiros no país e o maior número de voos partindo daqui fizeram com que os brasileiros voltassem a viajar para a Argentina. Buenos Aires, claro, continua sendo um dos destinos preferidos. Essa retomada ainda caminha de forma gradativa, distante ainda dos índices de pré-pandemia, mas com uma expectativa muito boa para 2022. Mesmo para quem já conhece a capital, alguns pontos turísticos sempre entram no roteiro e o centro comercial Galerias Pacífico é um deles.
Localizado em uma das esquinas mais tradicionais da cidade, na Rua Florida com a Avenida Córdoba, o shopping inspira elegância. O combo formado pela arquitetura neoclássica, com cúpulas e amplas galerias, e a diversidade de marcas de luxo – Chanel, Tommy Hilfiger, Lacoste, MAC, Swaroski, Swatch, Samsonite, por exemplo – fazem o destino ser um dos mais procurados pelos turistas e ser ponto de encontro para os portenhos. “Declarado monumento histórico, o prédio possui murais na cúpula realizados por artistas de prestígio e está cercado por inúmeros hotéis que abrigam tanto turistas locais quanto estrangeiros. Ao mesmo tempo, tem uma acessibilidade muito boa, já que uma grande quantidade de meios de transporte converge na área”, declara Gustavo López Baasch, gerente financeiro da Galerías Pacífico.
Não foi ao acaso que o prédio foi declarado Monumento Histórico Nacional. A construção, datada do final do século 19, leva assinatura de Francisco Seebe e Emílio Bunge e foi inspirada no parisiense Le Bon Marché para também seguir a mesma linha comercial com itens de luxo. Por isso, a construção tem pátio central e corredores bem-marcados por portais com arcos e capitéis. Em 1945, a reforma, conduzida por Jorge Aslan e Héctor Ezcurra, trouxe a separação da ala de escritórios da ferrovia Buenos Aires ao Pacífico do setor comercial e, posteriormente, também os 12 afrescos, grande atrativo do shopping, para a cúpula central. É inevitável estar no centro comercial e não registrar os grandes murais de uma área de 450 m2, pintados em 1946 e assinados pelos artistas Berni, Castagnino, Colmeiro, Spilimbergo, Urruchúa. Na década de 1990, junto com a renovação comandada pelo escritório Juan Carlos Lopez e Associados, mais quatro obras foram incorporadas, desta vez, criadas por Romulo Maccio, Josefina Robirosa, Guillermo Roux e Carlos Alonso.
Fluxo e vendas
Com mais 41 mil m2 de área construída e quase 13 mil m2 de ABL, a Galerías Pacífico recebia antes da pandemia entre 600 mil e 700 mil visitantes por mês, com uma alta taxa de estrangeiros, o que correspondia entre 30 e 35%. “Durante 2021, a média mensal foi de 165 mil visitantes e, nos últimos meses, o fluxo está próximo de 300 mil. Quanto à origem dos turistas, em primeiro lugar, recebemos visitantes do Brasil, seguido de Chile, Paraguai, Estados Unidos e Europa em menor volume”, explica.
Sempre atento aos turistas de diferentes localidades, o centro comercial Galerias Pacífico oferece descontos e benefícios de maneira recorrente e que variam ao longo do ano. “Em 2018 e 2019, realizados acordos pontuais com o cartão de crédito brasileiro da bandeira ELO, incentivando seu uso no mall. Trabalhamos ainda conjuntamente com a Global Blue de Tax Free e geramos ações específicas para incentivar o benefício da recuperação da taxa do IVA para os estrangeiros.”
O shopping tem 127 lojas e 41 quiosques, com um mix diverso de lojas e marcas. Com as restrições mais severas estabelecidas pelo governo argentino, a taxa de vacância subiu e exigiu mais esforços do mall durante a reabertura. “Durante a pandemia, acompanhamos nossos lojistas com medidas econômicas concretas tanto durante os períodos de fechamento do shopping (zero vendas) quanto nos primeiros meses de reabertura, quando era difícil atrair o público devido à falta de pessoas nos escritórios do microcentro. Com a reabertura, os acordos de pagamento foram feitos exclusivamente com base na porcentagem das vendas, mantendo o aluguel contido no valor mais baixo possível. Na maioria dos casos, ele continua a ser pago com um valor menor até julho de 2022”, destaca Baasch.
Para 2022, o gerente financeiro diz que, embora as incertezas permaneçam, devido a questões de saúde e conflitos externos, a estimativa é de que o desempenho melhore gradualmente. “Prevemos uma maior afluência nos escritórios da região, bem como uma melhora significativa no turismo regional. Nosso shopping se adaptará às novas necessidades do público consumidor, ajustando a oferta comercial a fim de atingir nossos objetivos”, diz.
Uma área especial
A Galerías Pacífico abriga ainda o magnífico Centro Cultural Borges, onde acontecem exposições, espetáculos, conferências, entre outros eventos. Segundo Baasch, ele ficou fechado no ano passado para obras de melhorias realizadas pelo Governo Nacional e foi reaberto em abril desse ano. O espaço dedicado às artes foi inaugurado em 1995 e ocupa mais de 10 mil m2 dentro do mall. Tem ainda um cinema e sempre recebe mostras itinerantes. É a união de arquitetura, arte, compras e lazer.