IZA: Do YouTube para o The Voice Brasil

A cantora conta suas conquistas, como a dublagem de Nala em O Rei Leão, e promete músicas novas para logo mais

Com apenas 28 anos e o primeiro álbum lançado somente em 2018 (Dona de Mim), IZA já é um sucesso incontestável. A voz potente, descoberta graças ao seu canal no YouTube, aliada à beleza e ao estilo impecável, tornam sua imagem pra lá de agradável e magnética. Fã de Donna Summer, Nina Simone, Etta James, Beyoncé, Rihanna, Elza Soares e Alcione, a carioca nunca pensou em ser cantora profissional, apesar de a família ser ligada às artes. “A música sempre fez parte do meu dia a dia, eu cantava na igreja, mas não imaginava seguir carreira. Nunca quis ser famosa, tenho até um pouco de ranço dessa palavra. Sempre quis ser reconhecida pelo meu trabalho. São coisas diferentes que acabam andando juntas. O sucesso no que você faz depende de muito trabalho, dedicação e inspiração”, destaca.

O reconhecimento está vindo desde 2016, quando a artista assinou contrato com uma grande gravadora e deixou de fazer covers de Rihanna e Beyoncé para se dedicar a canções próprias. O impulso para criar o canal e mergulhar na música veio da insatisfação com a vida de publicitária. “Cantava uma vez ou outra nos happy hours da agência onde trabalhava e as pessoas começaram a falar que eu levava jeito. Um dia comecei a pensar no que queria fazer para o resto da vida, mesmo que de graça. E a música foi a primeira e única resposta. Pedi demissão, criei o canal e comecei a batalhar em cima disso.”Assim, Isabela Cristina Correia de Lima se tornou IZA e, em 2017, e lançou o primeiro single, Pesadão, ao lado de Marcelo Falcão. A canção se tornou um hit e abriu espaço para outras parcerias de respeito, que incluem Rincon Sapiência, Maria Gadu, Milton Nascimento e Caetano Veloso.

Ginga e Brisa, os singles seguintes, também tocaram para valer nas rádios do país e agradaram aos ouvidos do público. Aliás, do público e da crítica: Dona de Mim foi indicado como Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa no Grammy Latino. Ao ser perguntada se esperava por esse reconhecimento, exclamou: “Fiquei chocada por muito tempo. É a maior instituição e premiação da música. Não esperava que fosse acontecer com meu primeiro álbum. As pessoas dizem que é clichê dizer que estou feliz só de ser indicada, mas é isso. Só me deu forças para seguir com meu trabalho.”

Nos palcos e nas telinhas

Se IZA não pensava em ser cantora, tampouco sonhava em ser apresentadora. Mas o talento e o carisma a levaram para a TV. E adivinha? Conquistou o público novamente. Em 2018, a carioca assumiu o comando do TVZ e, em seguida, do Música Boa ao Vivo, programas transmitidos pelo GNT. A boa performance ao lado de diversos intérpretes do país garantiu a permanência dela neste ano. “Nunca tinha pensando em ser apresentadora. O Música Boa me ensina demais e me proporciona encontros musicais inacreditáveis.”

IZA também esteve no Só Toca Pop, na Globo, e hoje está no seleto grupo de técnicos do The Voice Brasil. “Estou muito orgulhosa de fazer parte desse programa, que já tem me ensinado muito. Assisti a todas as edições, ele é completo e muda vidas. Não tenho dúvida de que orientar pessoas que querem entrar no mercado da música, assim como eu foi orientada um dia, vai mudar meu olhar como artista”, destaca.

Cinema e representatividade

Compartilhar um trabalho com uma das maiores divas da música e fazer parte da história de um grande clássico da Disney. Já pensou? IZA alcançou essa honra ao dublar Nala no live-action de O Rei Leão. O longa-metragem lançado 25 anos após o original tem um significado especial para a cantora, pois foi o primeiro filme a que ela assistiu no cinema. “Foi maravilhoso. É um dos filmes que mais me representam, pois ressalta a música africana. Poder fazer parte disso com a voz da Nala é inacreditável e estar em um projeto em que a Beyoncé também está é a coisa mais surreal para mim.”

Quando questionada se pensa em uma carreira internacional, a carioca revela que isso ainda demanda muito planejamento. “Sonho em cantar para sempre, para o maior número de pessoas que puder. Quero dar um passo de cada vez e fazer tudo com muito cuidado, aos poucos”, enfatiza a virginiana.

Como mulher negra, IZA reconhece seu poder de influência e representatividade. “Sempre digo que seria hipocrisia minha se não tomasse esse lugar e ajudasse outras meninas que passam pelas mesmas questões que eu passei. Então, faço questão de ocupar esse lugar e fico muito lisonjeada em ser referência para elas. Lembro da garota que eu fui e o quanto era importante ver uma mulher forte me dizendo que posso e que quem sabe da minha vida sou eu”, enfatiza ela, que alcançou 29 milhões de streamings no Spotify e tem 2,3 milhões de seguidores no YouTube e outros 7,2 milhões no Instagram.

Shoppings e futuro

Quando não está trabalhando, IZA gosta de estar com o marido, o produtor musical Sergio Santos, os amigos e a família, curtindo uma praia ou um churrasco. Ela também gosta de passear no shopping, mas revela que, nos últimos dois anos, não tem tido muito tempo para esse lazer. A cantora enaltece o papel do setor na disseminação de arte, com seus teatros e cinemas. “Não temos muitos espaços culturais, então todo apoio à cultura é importantíssimo.”

Sobre os planos futuros para a vida pessoal e profissional, a artista revela ter muitos, mas que tudo tem de ser concretizado aos poucos. “Em breve terei um single/clipe novo e estou muito animada com isso. A Turnê Dona de Mim segue viajando o país e estreio no The Voice Brasil como técnica, junto com um time inacreditável. Então, eu não poderia estar mais feliz!”