MAI/JUN 2023 - Edição 247 Ano 36 - VER EDIÇÃO COMPLETA

Lugano quer chegar a 300 franquias em 2023

7 de junho de 2023 | por Por Solange Bassaneze / Fotos: Rafa Schneider
O plano de expansão prevê a abertura de mais 100 lojas até o fim do ano, com foco no setor de shopping centers

Mais de quatro décadas no varejo de Gramado, na serra gaúcha, e uma excelência inquestionável na fabricação de chocolates. Mas como todo varejista, a Lugano precisou ampliar o olhar durante a crise sanitária.

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Com isso, resolveu investir no projeto de franquias em 2020, que começou a ser estruturado em 2018 e contava até então com cinco unidades franqueadas. Em 2020 e 2021, a estratégia deu certo e foram vendidas 100 franquias, exatamente 50 em cada ano, virando um case de mercado.

Em 2022, o número dobrou com a venda de mais 100. E agora, a meta de 2023 é chegar 300 franquias comercializadas. A marca conta ainda com 11 operações próprias. Em 2019, produziam, mensalmente, 7 toneladas de chocolate, agora, são 100. Ou seja, um crescimento que ganhou a atenção de todo o mercado. 

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Os campeões de venda da Lugano são as barras, bombons e drágeas
“Até a Páscoa, estávamos com 130 lojas inauguradas e temos a meta de abrir 100 operações esse ano.”

Para poder expandir desta forma, a companhia foca nos shoppings do país. Jonas Esteves, diretor de marketing e operações da Lugano, reforça que as obras nesses locais são mais fáceis e rápidas de serem executadas, o que dá maior velocidade às inaugurações planejadas, diferentemente de operações de rua.

“O shopping dá mais segurança ao negócio, conta com mais regras, tem fluxo e mix diversificado, podendo estar ao lado de marcas de renome, e ainda oferece comodidade ao nosso público. Por isso, temos nos aproximado muito de administradoras de shoppings para que, quando houver uma oportunidade, encontrarmos um franqueado.”
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“O chocolate é experiência. Quanto mais se conhece, mais se entende. O meu preferido é o 70% pelos aromas, consistência que me agrada muito e harmoniza com tudo: vinho, café e cerveja. Ao mesmo tempo, adoro o chocolate branco da Lugano”, Jonas Esteves, diretor de marketing e operações, com o personagem Luguito

Atualmente, a marca está presente em todos os estados mais o Distrito Federal.

Com esse crescimento exponencial, a rede teve 20% de alta nas vendas no ano passado em relação a 2021, alcançando um faturamento acima de R$ 100 milhões. Para esse ano, a projeção é atingir também um crescimento de 20%. O primeiro semestre de 2022 foi considerado como golden time, pois Gramado estava nos holofotes de todo o Brasil. Já último trimestre do ano passado, a instabilidade, principalmente, política afetou diretamente o turismo.

“A cidade passou por uma situação atípica, com preços despencando e poucas pessoas na rua, ao mesmo tempo, tivemos alta no preço dos insumos, transporte disparando e muitas empresas tendo que reajustar os preços na ponta para o consumidor.
Como trabalhamos com produtos finos, mais premium, o valor já é algo a ser considerado, então, tivemos que absorver muita coisa. E Gramado reflete o Brasil inteiro para a nossa marca, porque a cidade é uma grande vitrine para os turistas que vêm, consomem o produto e continuam comprando em suas cidades. Quando as lojas de lá estão com vendas em alta, as franquias automaticamente também vendem muito”, explica Esteves.

As operações da cidade da serra gaúcha representam 40% do faturamento da companhia. “Elas são o guarda-chuva das operações.” Por isso, a Páscoa de 2023 foi considerada de retomada, fazendo referência a esse período não tão promissor do Natal Luz.

“Conseguimos atingir a nossa meta de 10% de aumento nas vendas em relação a 2022. O sábado tivemos recorde de vendas nas lojas de Gramado e tivemos gratas surpresas com as franquias, inclusive, em cidades menores.” A Páscoa é a data mais importante para o negócio. “A venda efetiva acontece em um período curto, sendo disparada a melhor data. Não há outra alternativa de compra para o consumidor, o presente é chocolate”, reforça Esteves. 

Modelos de negócio

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Há deliciosas opções no cardápio da cafeteria

A Lugano se destacou no mercado de franchising por ser cafeteria e chocolateria. Tomar um cafezinho pode acontecer a qualquer momento, o que impulsiona a venda dos chocolates e atrai o cliente fora de datas comemorativas. O modelo de loja começa a partir de 80 m2 com taxa de franquia de R$ 70 mil e com investimento médio de R$ 450 mil. O retorno do investimento se dá em 24 meses. E como a marca está mirando a expansão no setor de shopping centers, lançou em abril uma campanha de vendas de quiosques. “Além de ser um investimento menor para a construção, esse modelo faz com que o cliente esbarre na sua loja e, daí temos todo o trabalho sensorial (olfativo, visual) para despertar seu interesse.” Os quiosques começaram com projetos piloto no Aeroporto de Viracopos e no Shopping Maringá. Primeiramente, foram abertos para quem os franqueados da marca, mas, a partir do segundo mês de operação, já ficou disponível para novos interessados.

Passeio imperdível

Para o público poder viver uma experiência imersa nesse universo, a Lugano oferece ainda o Mundo do Chocolate, um parque temático com mais de 200 esculturas feitas com toneladas de chocolate da marca. Em dias de muito movimento, chega a receber 10 mil pessoas. É uma viagem ao meio de esculturas que vão desde um elefante africano, pirâmide egípcia até a Muralha da China e Torre Eiffel.

Ao final do passeio, uma atração que os clientes adoram já inclusa no ingresso é a degustação à vontade de chocolate. O local está em fase de ampliação e, em breve, será desativado para dar lugar ao Parque do Luguito, o querido mascote da marca.

Onde tudo começa

A fábrica, localizada em Gramado, conta com certificações internacionais e produz as 100 toneladas de chocolate por mês, que são distribuídas por todo o país e também exportada para países como Canadá e Estados Unidos.

“Temos mais de 200 colaboradores na fábrica e não abrimos mão do toque humano. Há inteligência no processo de produção e qualificamos os profissionais para que entreguem, em menos tempo, mais quantidade e qualidade, tanto que não contratamos funcionários extras em época de Páscoa. Para ter o padrão Lugano, o colaborador passa por um treinamento durante um ano”, ressalta o diretor de marketing e operações.

A distribuição é feita com logística própria que cobre a maior parte do território, mas, em casos específicos e dependendo da região, a empresa possui parceiros.

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A Lugano gera mais de 400 empregos diretos, metade na produção
“Um dos nossos maiores orgulhos é utilizar cacau 100% brasileiro, proveniente da região do Pará, sendo mais adocicado e menos cítrico, com determinações de origem de fábricas, que não usam mão de obra infantil ou escrava. Isso parece básico, mas fazemos uma forte fiscalização com visita a essas fábricas. Temos uma parceria muito próxima com os fornecedores de insumos. Somos uma empresa que tem a responsabilidade no DNA.” 
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Vendas digitais

O e-commerce é mais uma das iniciativas que surgiram durante a crise sanitária na empresa com o objetivo de ser um dos pontos de contato com o consumidor.Ele teve um papel importante na pandemia, mas nunca foi destaque. É operado diretamente de Gramado, usando um centro de distribuição em São Paulo. É muito mais uma vitrine, não é um business unit. O objetivo é estar presente no mercado digital entendendo o comportamento do consumidor, pois o nosso produto precisa ser provado.” E olha que não faltam opções, uma mais tentadora que a outra, inclusive, para quem tem restrição alimentar e não quer fugir da dieta.

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