NOV/DEZ 2025 - Edição 262 Ano 38 - VER EDIÇÃO COMPLETA

ARGOPLAN, a força de duas histórias, agora, combinada

12 de dezembro de 2025 | por Solange Bassaneze / Fotos: Divulgação
Os primeiros meses após a união dos negócios apontam resultados sólidos e muitas oportunidades a serem exploradas ainda

A fusão entre a Argo e a Replan marcou um novo capítulo no mercado de shopping centers brasileiro, dando origem à ARGOPLAN — uma companhia 100% nacional e já posicionada como a terceira maior administradora do país.

Com um portfólio de 34 empreendimentos, localizados em 27 cidades e 10 estados, a empresa reúne experiência e visão estratégica para impulsionar os negócios.

Em um cenário de consolidação e transformação do setor, aposta em uma gestão colaborativa, tecnológica e próxima de empreendedores e lojistas.

Em entrevista à Revista Shopping Centers, Hugo Matheson, sócio-diretor e membro do Conselho Consultivo da ARGOPLAN, destaca como tem se dado o movimento de integração, os primeiros resultados alcançados e a visão de futuro que orienta essa nova fase de crescimento.

Hugo Matheson, sócio-diretor e membro do Conselho Consultivo da ARGOPLAN
Revista Shopping Centers – Quais foram os principais fatores estratégicos que motivaram a fusão entre Argo e Replan? E como os shoppings administrados receberam essa mudança?

Hugo Matheson – A fusão entre ARGO e Replan nasceu de uma relação de confiança, admiração, complementaridade construída ao longo dos anos entre os sócios das duas empresas, além do desejo de perpetuar a empresa. Enxergamos nessa união uma oportunidade concreta de somar competências, ampliar escala e criar uma plataforma de gestão ainda mais robusta — com foco em eficiência, inovação e geração de valor para os ativos.

A comunicação foi conduzida de forma transparente e entusiasmada, resultando em uma receptividade muito positiva por parte das equipes, lojistas, fornecedores e empreendedores. O processo de integração vem acontecendo de maneira natural, com respeito mútuo, alinhamento de propósitos e total compromisso com a continuidade da qualidade na gestão.

RSC – Como a divisão de responsabilidades entre os sócios foi pensada e de que forma essa estrutura favorece a ambição de crescimento com eficiência, inovação e foco nos resultados?

HM – A estrutura da diretoria foi cuidadosamente desenhada com base na complementaridade de perfis e competências. Sigo com participação executiva, assumindo também o papel de conselheiro consultivo, com foco em apoiar a visão estratégica da empresa e garantir a continuidade do legado construído ao longo dos últimos 17 anos.

A gestão executiva está a cargo dos sócios Leandro Lopes, Felipe Andrade e Luana Bomfim — três profissionais com trajetórias sólidas e experiências complementares nas áreas Financeira, Comercial, Operações, Inovação e Cultura Organizacional. Essa configuração assegura profundidade técnica, agilidade na tomada de decisão e um olhar integrado voltado à criação de valor para os ativos e para os nossos parceiros.

RSC – Após os primeiros meses da fusão, quais foram os principais desafios enfrentados e que resultados concretos já podem ser mensurados?

HM – A integração tem sido surpreendentemente fluida e natural. Como os sócios já se conheciam bem e muitos profissionais das equipes também já haviam trabalhado juntos em outros momentos, a sensação foi mais de reencontro do que de adaptação.

Esse ambiente de familiaridade facilitou muito o alinhamento de processos, o compartilhamento de boas práticas e o fortalecimento da cultura da nova companhia. A receptividade por parte dos empreendedores também foi bastante positiva — há um entusiasmo claro com a capilaridade que a companhia passou a ter, o que fortalece nossa área comercial e estrutura corporativa, ampliando nossa capacidade de oferecer um serviço ainda melhor.

Como resultado concreto, já incorporamos quatro novos empreendimentos ao portfólio desde a fusão, o que reforça a confiança do mercado e o posicionamento da companhia como uma das principais plataformas de gestão de shoppings do país.

RSC –  Atualmente, quantos shoppings são administrados? A companhia pretende expandir ou reavaliar a carteira?

HM – Hoje administramos 34 empreendimentos, sendo 16 com participação societária, distribuídos em 27 cidades e 10 estados. Nossa intenção é manter a qualidade da prestação de serviços e crescer com responsabilidade. Estamos abertos à prospecção de novos contratos que se adequem a nossa estratégia de crescimento e também à aquisição de participação em ativos estratégicos, sempre com foco em gerar valor para os empreendimentos.

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Campinas Shopping é um dos equipamentos administrados pela companhia no estado de São Paulo
RSC – Quais diferenciais pretendem explorar para adquirir novos empreendimentos e desenvolver projetos próprios?

HM – Hoje, a companhia se destaca tanto pela gestão de shoppings de bairro em grandes centros urbanos quanto por shoppings dominantes em cidades do interior. São ativos com características distintas, mas que têm em comum o potencial de geração de valor a partir de uma gestão próxima, eficiente e estrategicamente pensada para cada contexto.

Conseguimos extrair valor desses empreendimentos por meio de uma atuação focada em eficiência condominial, gestão de caixa, inteligência comercial, capacidade de execução e proximidade com os empreendedores. No caso dos greenfields, levamos esse mesmo olhar desde a origem — com empreendimentos que já nascem mais ajustados ao custo, à escala e à demanda de mercado. Temos diversos cases de sucesso que comprovam a eficácia desse modelo.

RSC – Existem projetos de greenfields e/ou expansões em andamento?

HM – Sim. Acabamos de inaugurar a expansão do Shopping Park Sul, em Volta Redonda (RJ), e seguimos com a expansão do Pátio Central, em Patos de Minas (MG), atualmente, em fase de desenvolvimento. Além disso, temos um projeto greenfield em curso em Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte, e iniciamos os estudos para o Avaré Plaza, um novo empreendimento no interior de São Paulo. Ambos nascem com foco em eficiência, escala adequada e aderência à demanda regional.

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Fachada do Shopping Park Sul, localizado em Volta Redonda (RJ)
RSC – Quais benefícios comerciais a fusão trouxe para o tenant mix? Quais segmentos vêm ganhando mais espaço?

HM – A fusão fortaleceu nosso comercial e ampliou o poder de negociação com grandes redes, o que tem impulsionado a diversificação e qualificação do mix, que acompanha a evolução dos hábitos de consumo e dos padrões de gasto da população, que variam conforme as características culturais e econômicas de cada região. Segmentos como gastronomia, serviços e entretenimento têm ganhado cada vez mais relevância, acompanhando a transformação dos shoppings em espaços de experiência, conveniência e convivência. Ao mesmo tempo, seguimos priorizando a presença de operações regionais e marcas locais, promovendo uma combinação equilibrada entre a identidade da região e a força das grandes redes nacionais.

RSC –  Quantos empregos diretos e indiretos são gerados pela companhia?

HM – A ARGOPLAN gera atualmente mais de 30 mil empregos diretos e indiretos em todo o país, considerando os lojistas nos empreendimentos administrados, além das equipes das administrações locais, da estrutura corporativa e de uma ampla rede de prestadores de serviços e fornecedores especializados que atuam diariamente na operação dos shoppings.

RSC –  Quantas operações estão presentes nos shoppings administrados? Como a fusão fortaleceu esse ecossistema?

HM – Hoje, a ARGOPLAN reúne mais de 6 mil operações ativas em seu portfólio. Com a fusão, ganhamos escala, inteligência de mercado e acesso a dados integrados, o que fortaleceu significativamente nossa rede. Essa estrutura nos permite antecipar tendências, tomar decisões mais estratégicas e direcionar de forma mais efetiva o empreendimento.

RSC – Como inovação e tecnologia têm contribuído para a integração dos negócios?

HM – A tecnologia tem um papel estratégico na empresa e a fusão acelerou nossos investimentos em plataformas de inteligência, automação de processos e modernização dos sistemas de gestão, permitindo consolidar dados de forma estruturada e confiável. Esses avanços têm impacto direto na tomada de decisão, na agilidade das operações e na capacidade de identificar oportunidades com mais precisão — sempre com foco em eficiência, escala e geração de valor para os empreendimentos.

RSC –  Como avalia o desempenho dos ativos até agora? E qual a expectativa para 2026?

HM – Acredito que todo o setor de shopping centers esteja na torcida por um cenário macroeconômico mais favorável — com redução da taxa de juros, retomada do crescimento do PIB e, como consequência, mais investimentos, mais empregos e maior consumo. O impacto positivo desse movimento se estende a toda a cadeia do varejo. Da nossa parte, seguimos focados na nossa estratégia de gestão: foco contínuo na eficiência condominial, na qualificação e equilíbrio do mix, na oferta de ambientes confortáveis para os consumidores e no fortalecimento das parcerias com lojistas e com a comunidade local. Tudo isso com responsabilidade, consistência e geração de valor como centro da nossa estratégia.

PrudenShopping, um dos maiores ativos do Oeste Paulista
RSC – Como foi o processo de integração das iniciativas ESG após a fusão? Quais avanços podem ser destacados?

HM – Os shoppings exercem um papel ativo no desenvolvimento das regiões onde estão inseridos, potencializando a vida urbana e contribuindo diretamente para o bem-estar das comunidades do entorno. Práticas como eficiência energética, reuso de água e gestão responsável de resíduos fazem parte da nossa rotina pois, além de gerarem impacto ambiental positivo, também reduzem custos e aumentam a eficiência operacional.

RSC –  Como avalia o papel da Abrasce, que completará 50 anos em 2026?

HM – A Abrasce é peça-chave no desenvolvimento do setor. Contribui com dados, articulação institucional e construção de boas práticas. Para a ARGOPLAN, é uma parceira estratégica e um espaço valioso de troca. A expectativa para os 50 anos é de fortalecimento ainda maior da entidade como voz unificadora e impulsionadora do nosso mercado. Sabemos da responsabilidade do setor em honrar a iniciativa dos fundadores da Associação.

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