MAR/ABR 2025 - Edição 258 Ano 38 - VER EDIÇÃO COMPLETA

A aquisição estratégica da WPS Brasil pela Perto S.A.

16 de abril de 2025 | por Solange Bassaneze / Fotos: Divulgação
Negócio visa criar mais soluções inovadoras para os estacionamentos e mira a expansão para os países latino-americanos

A Perto S.A. consolidou a liderança na automação de estacionamentos com a aquisição da WPS Brasil. E essa notícia foi muito bem recebida pelo mercado. Com a compra, o grupo passou a operar cerca de 2.200 estacionamentos, o que representa um fluxo de mais de 100 milhões de veículos por mês. A combinação da sólida experiência em hardware e capacidade fabril da Perto S.A. à expertise da WPS Brasil em software e gestão remota coloca o conglomerado na vanguarda. 

Relembrando a história

A Perto S.A. faz parte do grupo Digicon, uma companhia 100% nacional de capital fechado, que completou 48 anos em 2025.

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Marco Aurélio Freitas, diretor de operações da Perto S.A.
“A nossa capacidade é trabalhar ao lado de nossos clientes e prover sempre tecnologias disruptivas, com bastante muita inovação e na medida das suas necessidades, em setores diferentes e complexos. Fundada em 1986, iniciou sua trajetória com seu mecanismo dispensador de cédulas para caixas eletrônicos e, em 2000, passou a oferecer o caixa eletrônico completo ao mercado. Desde então, foram mais de 100 mil ATMs produzidos”, diz Marco Aurélio Freitas, diretor de operações da Perto.


Hoje, a companhia atua em segmentos como bancos, varejo, parking, rodovias, meios de pagamento, software, transporte público om cobertura em todo país com uma rede de serviços por meio de 22 filiais, em 2011, foi iniciada a operação da fábrica da Perto estabelecida na Índia, tornando-se o segundo maior fornecedor de caixas eletrônicos deste país.

Em 2006, a Perto desenvolveu uma solução de autopagamento do ticket de estacionamento e procurou a WPS Brasil, pois era uma das maiores empresas na época. Neste movimento, teve início o relacionamento estratégico entre as companhias. “Em 2018, a Perto passou a oferecer a solução de software de controle de veículos, criando a unidade de negócio de estacionamento, e fomos olhando o mercado até a decisão de encontrar essa oportunidade de fazer aquisição do WPS, reconhecida como líder nesse setor no Brasil, a qual tem experiência de longa data, robustez no negócio e um conhecimento bastante profundo”, relembra Freitas. A WPS Brasil pertencia a um fundo de capital privado holandês e, no momento do desinvestimento, a Perto adquiriu 100% das cotas brasileiras e europeias. O objetivo continua sendo o de desenvolver soluções cada vez mais inovadoras, dando um suporte ao cliente.

O que vem pela frente

Rodrigo Ricardi, diretor-geral da WPS Brasil,  reforça que tinham dois provedores compatíveis de soluções de parking em termos de hardware e software e a unificação da área de parking das companhias soma forças para entregar ao mercado um produto melhor. Na fábrica da Perto, é possível entender os múltiplos caminhos desta entrega com excelência.

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Rodrigo Ricardi, diretor-geral da WPS Brasil
“O usuário quer entrar e sair com facilidade e essa é a visão que os nossos funcionários têm em mente. Um dos desafios do grupo é convergir as tecnologias para apenas uma, o que não é uma ciência fácil porque há mais de 300 sistemas instalados com a tecnologia da Perto e 1.900 pela WPS. Vamos trabalhar para entregar ao mercado essa necessidade de ter uma plataforma mais completa e unificada. Mas esse trabalho vai correr durante o ano de 2025. Estamos buscando uma alternativa para os novos fornecimentos com esse drive de unificação”, relata Ricardi.


O que está em campo continua tendo todo o suporte. A flexibilidade dos softwares é um dos pontos fortes. As iniciativas de inovação de cada empresa, curiosamente, convergiam para experiência do cliente. E isso é o maior valor que o mercado enxerga. “A nossa solução possui três valores importantes: a visão de criar experiência com o usuário e inovar; entregar um equipamento que seja robusto para que o equipamento possa operar por longos anos; e, por último, a capacidade de estarmos próximo do cliente, já que nós temos um time de especialistas”, destaca Ricardi.

Países Latam

Com a fusão, o plano de expansão visa ultrapassar mais fronteiras. A WPS já está presente no Uruguai, então, existe uma solução em espanhol, o que facilita a aplicação no mercado latino-americano. De acordo com Freitas, existe a oportunidade de oferecer equipamentos em alguns países da América Latina e isso vem sendo trabalhado, mas o foco principal está no Brasil. Os dois mercados mais factíveis no exterior são o de shopping centers e de aeroportos, porque concentram o grande movimento de receita de estacionamento.

Tecnologias avançadas

Entre as inovações oferecidas, o Free Flow de entrada é um projeto diferenciado. Nesta funcionalidade, o usuário entra e sai com o veículo por meio do reconhecimento de placa, sem ter que interagir com o equipamento de acesso e retirar um ticket, desde que tenha autenticado um cartão de crédito para poder fazer a cobrança automática daquele acesso, com a opção de meio de pagamento compatível também com empresas de tag na mesma plataforma. “Um fluxo de acesso de entrada e saída mais rápido é o desejo de muitos grandes shoppings, então, resolvemos muitos problemas de fluxo com o reconhecimento de placas”, conta Ricardi. Há uma equipe dedicada na companhia para aplicações de Inteligência Artificial para a identificação veicular por placas e criar experiências do usuário.

O grupo segue ainda com o propósito de expansão de tecnologias para pagamento virtual e segmentação de vagas.

“Buscamos alternativas para controlar melhor os carregadores elétricos para que haja o uso consciente destas vagas que ficam em posições privilegiadas, bem como a qualificação do veículo, buscando trazer valor além da vaga para shopping, ajudando a gestão do empreendimento a tomar decisões estratégicas com os dados de acesso ao estacionamento”, destaca o diretor-geral.

Segundo Freitas, há um diálogo muito latente com os bancos também. “Eles estão vendo a oportunidade porque a base é enorme. Estamos buscando essa sinergia para oferecer uma comodidade de acesso. Por exemplo, a JHSF fez uma parceria com o Itaú em que os clientes do Personnalité têm um benefício no valet e, por trás disso, está a nossa tecnologia de controle.” 

As tecnologias raramente são absolutas. Elas vão avançando e entregando mais opções ao cliente. O mesmo acontece no meio de pagamento. “O Brasil é muito avançado nessa área, sendo extremamente cuidadoso até por meio de algumas regulações. Estamos analisando todas as formas possíveis para colocar dentro da nossa plataforma com o foco de deixar o usuário escolher a opção mais conveniente”, aponta Freitas. As empresas já oferecem o que há de mais moderno e são pioneiras em muitas das iniciativas. 

“Nossa vontade é sempre de criar experiências em que o cliente perceba. Por exemplo, uma rede de shoppings criou um benefício com a nossa tecnologia que se usuário usar o estacionamento de um shopping e for a outro ativo da rede no mesmo dia nessa cidade, pode ser isento da tarifa, porque ele reconhece a placa e usufrui da mesma hospitalidade”, conta Ricardi.

Os executivos acreditam que a maioria dos shoppings e dos aeroportos visualizará essas ações disruptivas. Existe a limitação de investimento para viabilizar a substituição, mas há os gestores de estacionamentos e novos negócios, que estão interessadíssimos em comprar a solução mais completa. “Acreditamos em um crescimento de 15% considerando que temos essa oportunidade de entregar melhor gestão e controle. São duas empresas bastante sólidas financeiramente, próximas do cliente e somando-se no sangue de inovação, o que consolida a maioria das nossas parcerias”, destaca Ricardi. 

De acordo com Freitas, os times das duas companhias já são um só e seguem com foco de cuidar para pegar o melhor de cada um. Então, podem esperar que virão muitas novidades com essa aquisição na área de estacionamento e os shoppings terão a oportunidade de melhorar cada vez mais a experiência do seu cliente.

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