
Triciclos elétricos ganham cada vez mais adesão do mercado
Eles trazem mais eficiência operacional para os negócios
A mobilidade elétrica adquire força ao redor do mundo, impulsionada por uma demanda crescente por soluções mais sustentáveis e eficientes no transporte. O setor de veículos elétricos está se expandindo a passos largos, refletindo uma mudança significativa nos padrões globais. Este movimento não é apenas uma questão de inovação tecnológica, mas também um reflexo das novas exigências ambientais e da busca por uma redução nas emissões de carbono. Neste cenário, diferentes segmentos de mercado têm se destacado, com destaque para o transporte urbano, a logística e as frotas corporativas, áreas que prometem não só transformar o modo como nos locomovemos, mas também gerar novas oportunidades de negócios.

Posicionada na vanguarda da mobilidade elétrica de curta distância no Brasil, a Cicloway, que já trabalhava com diciclos elétricos, começou a olhar para o mercado de triciclos em 2016. Devido ao relacionamento ao longo dos anos com fornecedores da China e da Índia – países que se tornaram grandes produtores destes motores – , a Cicloway ampliou seu leque de produtos e entrou neste segmento para que pudesse proporcionar eficiência em outros meios.

“Em 2017, trouxemos cerca de 8 a 10 modelos diferentes para o Brasil, com o propósito de entender se precisavam de aprimoramentos técnicos em nosso centro de pesquisa e desenvolvimento. Ficamos por cerca de três anos sem alugar, rodando com os veículos em um grupo de trabalho para entender como seria a adesão, as dificuldades e as barreiras”, explica João Hannud, diretor executivo do Cicloway.
Inclusive, isso engloba também uma educação dos colaboradores da empresa, pois o profissional tem uma experiência de pilotagem diferente.
Os triciclos fabricados foram desenvolvidos em cima de aprendizados adaptados para a realidade do mercado brasileiro e customizados conforme a necessidade dos clientes. Possui veículos homologados, por exemplo, nos Correios, Ambev, Americanas, Mercado Livre, entre outras empresas. ”Cada um embarca cerca de 18 itens de aprimoramento técnico”, conta. Alguns são desenvolvidos para atender o transporte de pessoas, desde passageiros com dificuldade de locomoção até funcionários dentro de um centro logístico.
Um shopping pode substituir as vans que transportam colaboradores em curtas distâncias por essas alternativas com os modelos joaninha e jardineira, reduzindo os custos.

Com uma aparência que chama a atenção, os tuk tuks também possuem forte apelo para a ativação de marcas. Hannud conta que a Cicloway fez parcerias com algumas agências de mídia out of home, as quais fizeram um mapeamento sobre o impacto de um triciclo elétrico. O resultado? “Ao percorrer 60 km por dia na cidade de São Paulo, um tuk tuk chega a impactar 8.700 pessoas, mais que um relógio de rua, cujo índice é de 6.600 pessoas. Sem falar o quanto isso associa a marca ao ESG”, conta Hannud. Por isso, é algo a ser observado como oportunidade pelos shoppings.
Outro campo explorado pela companhia está na modalidade de transporte de carga, o que inclui os modelos de coleta de resíduos, e, hoje, atende empresas como Ecourbis, Instituto Pará, Loga, Ambipar, entre outras. Desenvolve veículos com necessidades específicas. Por exemplo, um dos clientes atua na coleta na comunidade de Paraisópolis, na cidade de São Paulo, e existe inclinações nas ruas estreitas, que podem levar ao tombamento do veículo. Com isso, fabricaram um modelo com marcha reduzida e com eixo duplo, que consegue executar a coleta. “Por isso, nossos produtos não são de prateleira e temos como estratégia não ir para a massificação. Oferecemos soluções específicas”, pontua Hannud. Há um novo modelo de coletor que a companhia colocou disponível no mercado agora em março, sendo indicado para operar em estacionamento de docas de shopping centers.

“Com solução automatizada para a movimentação do container, exige apenas que o motorista alinhe o compartimento. Com isso, melhora as condições de trabalho do colaborador, que não precisa mais carregar peso, além de trazer benefícios para a eficiência operacional.”
Ainda nesta área, Hannud cita um projeto piloto de coleta de vidro que será realizado em Fernando de Noronha, que também vai de encontro ao ESG.


A Cicloway também atende muito o segmento de logística de last mile. O IFood e o Daki, por exemplo, os utilizam para entregas maiores, como delivery de mercados. Cobasi é outro cliente que já incluiu esses veículos em sua operação. E não para por aí. A empresa desenvolveu ainda triciclos para entrega de itens que necessitam de refrigeração, como é o caso do delivery de gelo, entrega de medicamentos, componentes eletrônicos, varejo de chocolate até o serviço de assinatura de marmita. Enfim, são muitos campos explorados e com a possibilidade de chegar a outros também. Muitas vezes, já atende o setor de shopping centers indiretamente por meio de fornecedores do próprio ativo. Atualmente, tem parceiros estratégicos na China, Índia, Coreia e Japão.
A companhia está indo para a terceira geração de veículos, mas trabalha também com o reúso da primeira geração, que passa por toda uma revisão, como troca de itens de desgaste ou bateria e pintura. Depois, é colocado no mercado por um preço mais em conta. Esse movimento de troca é natural, pois alguns clientes querem atualizar a frota dos veículos elétricos.
Além dos triciclos, a Cicloway atende o mercado de shopping centers com os diciclos e oferece ainda três modelos de motos elétricas, A mini max é muito utilizada porque não necessita de emplacamento, o que reduz os custos com imposto e atende perfeitamente o segmento. Ela atinge até 50 km/h e tem menor autonomia, mas funciona perfeitamente para esse ambiente. Segundo Hannud, é preciso sempre avaliar o quanto usará da potência de um veículo e, muitas vezes, é possível trocar um veículo a combustão por um elétrico.
Modelo de negócio
A Cicloway trabalha com venda e locação. “Algumas empresas preferem comprar por conta da estratégia de ser frotista.” Hoje, são aproximadamente 500 triciclos da companhia circulando em diversos segmentos, mais presentes em São Paulo, Rio de Janeiro e cidades do Nordeste. “Em Fortaleza, temos um contrato com a prefeitura para a entrega de medicamentos para pacientes que não conseguem ir ao posto de saúde. São 31 veículos circulando diariamente.” Por sua efetividade, o projeto foi mantido mesmo com a transição de governo municipal.
O grande diferencial da Cicloway é que tem a economia circular em seu DNA e atua em diversas frentes, como importadora, indústria, montadora e locadora. São diversos modelos disponíveis de triciclos e, com esse foco em sustentabilidade, foram intitulados com nomes como joaninha, formigão, saúva, tanajura, girafa, pinguim…
Hannud reforça ainda que os veículos da Cicloway contribuem para as métricas da agenda de ESG e a reputação da empresa. Além disso, a mobilidade elétrica tem como objetivo trazer resultados com um custo menor comparado aos veículos a combustão. É um mercado em ascensão com muitas possibilidades e, com certeza, também ganhará espaço nos shopping centers do país.