Diego Martins transita esplendorosamente pelas diferentes artes

Multiartista, ele transporta o público para o universo de cada personagem

Diego Martins venceu a última edição The Masked Singer Brasil e arrasou em todas as apresentações por trás das mais diversas fantasias. Isso só comprova mais uma vez seu múltiplo talento. Ele interpreta, dança, canta e vive os personagens com muita verdade, sempre envolvendo o público.

Foi assim que ele conquistou o Brasil quando interpretou o personagem Kelvin, na novela Terra e Paixão, da TV Globo, que lhe trouxe prestígio, sendo indicado a vários prêmios e vencendo alguns deles.

“Quando sou reconhecido com premiação, me sinto muito grato e honrado e penso que, entre tantos artistas maravilhosos e incríveis, pessoas me olharam e prestaram atenção em mim. E isso dá um gás para continuar a fazer cada vez melhor”, diz.

No entanto, muita água passou antes da estreia como ator na televisão. Sua atuação começou nos teatros, em 2017, já recebia a indicação de ator revelação com o musical A Era do Rock.

Essa descoberta para as artes se deu muito cedo. “As filmagens e as fotos, feitas pela minha mãe, já demonstraram que eu seria artista. Em um dos vídeos, eu estava sentado no berço, olhando para ela, toda vez que ela batia palmas, eu levantava e dançava. Quando parava, eu voltava a sentar. Na gravação, ela diz: já quer ser artista, gosta de palmas”, relembra.

Normalmente, o início da carreira neste meio e outros meios é marcado por obstáculos e Diego relembra que todo artista enfrenta dificuldades de encontrar oportunidades. “Quando não se tem contatos, não se conhece ninguém e ainda é homem gay, as coisas vão longe.” Mas, o que ele considera mais desafiador na carreira é sempre o próximo trabalho. “E isso mantém a gente vivo”.

Performance única

Diego se diz foi muito fã da arte de drag queen desde quando começou a cantar profissionalmente, pois construía uma pessoa para se proteger no palco.

“Como vinha do teatro, sempre que cantava, incorporava, pelo menos, um personagem, com muita maquiagem e roupas misturando o feminino e o masculino. Depois de um tempo, por volta de 2019, só faltava eu entender que aquilo já era drag. Comecei a lapidar e trabalhar com isso.”

E, obviamente, o fez com maestria e com uma perfeição de deixar todos com os olhos fixos em suas apresentações.

Durante o musical Priscilla, Rainha do Deserto, ele também viveu a famosa drag queen Adam Whiteley, também conhecida como Felicia. Baseado no filme clássico de 1994, do diretor Stephan Elliott, o musical foi sucesso absoluto de público e mais uma entrega incrível de Diego, que dividiu o palco com Reynaldo Gianecchini. Sua interpretação foi divinamente espetacular.

Entre tantos trabalhos, ele tem apreço por diversos personagens que já vivenciou. “Claro que o grande divisor de águas na minha vida foi o Kelvin, de Terra e Paixão, de Walcyr Carrasco. Os que vieram antes e depois também.

Adam, de Priscilla, Rainha do Deserto, com certeza, foi um dos momentos mais especiais da minha vida. Fiz Peter Pan, da Broadway, o musical Despertar da Primavera, que foi muito bem visto aqui no Brasil. São muitos”, conta.

A construção

Não importa se é teatro, filme, série, novela, show…, ele sempre busca referências e afinidades com a própria vida para interpretar uma personagem. “Acredito que é importante aprender a defendê-la mesmo que seja a mais terrível da fase da Terra. Você precisa se aproximar e conhecê-la por dentro. Para isso, é preciso ter habilidades, compreendendo aquela pessoa que não é você. Depois, pode criticá-la, mas antes deve defendê-la.”

Sempre necessário

Com seu papel em Terra e Paixão, Diego virou ainda uma referência para a diversidade.

É sua bandeira e se sente muito honrado em ter se tornado uma voz para sua comunidade e para a diversidade em geral.

“Me sinto em um lugar legal justamente porque sempre gostei de me comunicar e falar sobre como é potente ser quem a gente é de verdade. Eu nunca me escondi.

Sempre fui uma criança muito criativa com meu lado feminino muito bem resolvido. Minha família sempre aceitou e nunca tive problemas em casa. Eu nunca tive o porquê de me esconder e nunca me esconderia também, então, acho que consigo passar com muita leveza às pessoas.”

Apoio incondicional

Os pais e sua irmã sempre foram os maiores incentivadores da sua carreira e Diego fala de com afeto sobre isso: “Eles nunca duvidaram de mim. Então, toda vez que eu lembro onde estou e onde quero chegar, me recordo deles e penso que isso é deles também. Se estou aqui é porque eu tive muito incentivo e empurrão. Até hoje, minha mãe e minha irmã vão a todos os meus shows, que, às vezes, acontecem em outras cidades e de madrugada. Passam cada perrengue por mim.”

Nas telas virtuais

Para quem gosta de acompanhar a vida e a carreira deste multiarista, sabem que ele ama utilizar as redes sociais para se aproximar do público. São mais de 1,6 milhões de seguidores no Instagram e 2,6 milhões no TikTok. “Gosto de conversar com as pessoas, de espalhar e buscar opiniões, de me divertir e divertir os outros. É um jeito de me tornar próximo de quem me acompanha. Após a novela, ganhei muitos seguidores de outras cidades e estados e que não me conhecem pessoalmente.”

No ambiente de shopping center

Assim como milhões de brasileiros, Diego também adora ir ao cinema e dar aquela volta no shopping, entrando em várias lojas. “Às vezes, não compro nada, mas olho tudo e provo. Gosto muito também da praça de alimentação e é como se fosse um grande parquinho para mim. Eu detesto ter muitas escolhas porque sou uma pessoa confusa, ao mesmo tempo, gosto, porque assim não fico preso a uma só. Mas as lojinhas e o cinema estão entre os meus favoritos.”

Ele tem ainda muita memória afetiva dos rolês de adolescência nos shoppings da cidade de Osasco. Na transição para a vida adulta, relembra de muitos momentos vividos em empreendimentos da Avenida Paulista, como Shopping Center 3 e Shopping Cidade São Paulo.

Lançamento

Em 2025, Diego segue focado bastante nos trabalhos com música. Já esteve em blocos de carnaval, shows, The Masked SInger Brasil, enfim, sua presença preenche os lugares por onde passa. Mas a grande novidade é o seu primeiro álbum, onde tem depositado toda sua energia.

“Lanço agora em abril com profissionais que eu admiro e sou fã. Gosto muito desde a composição e conceito até a direção musical, feita por Douglas Moda. Tem Escândalo Íntimo, de Luísa Sonza, Afrodite, da IZA, e tantos outros sucessos de pessoas que admiro e agora estou trabalhando pertinho. Estou muito feliz com esse momento. A música faz parte da minha vida assim como as outras artes. Gosto quando tenho tempo para me dedicar a ela e as pessoas vão conhecer esse meu lado, que é muito bonito.”

Com certeza, isso irá repercutir muito e ficamos aqui ansiosos para acompanhar cada novo capítulo da história deste artista brasileiro, que tem muita página ainda pra preencher.