Sem parada: é assim com Fabio Porchat

A qualidade da entrega dele a cada trabalho impressiona e faz com que brilhe mundo afora

Intenso, perspicaz, inovador, divertido, carismático… Fabio Porchat conquista a todos desde que se propôs a levar o humor para esse Planeta. Antes mesmo de optar pela carreira de ator, já tinha decidido que queria fazer com que as pessoas rissem. Essa convicção combinada com seu talento genial deu mais do que liga e ele arranca risadas por onde passa, extrapolando as fronteiras do Brasil. Atuando em diferentes frentes – cinema, teatro, TV, streaming, internet -, ele torna a vida dos outros mais leve e isso acontece durante um espetáculo ou pelas mais diversas plataformas disponíveis hoje, desde a tela do celular à telona do cinema.

“Virar ator foi em cima dessa percepção de ver que as pessoas estavam rindo do que eu estava falando, então, foi natural. Eu gosto disso, tenho esse interesse e é isso que me move. Quando entrei para a escola de teatro, já sabia que a comédia iria me puxar, só não sabia que iria viver dela, que seria mundo, mas, imediatamente, eu vi isso e consegui seguir por esse caminho”, relembra. Ele se formou pela Casa das Artes de Laranjeiras. 

Obviamente, passou por desafios no início e, até disso, se recorda com humor. “Como em qualquer carreira, há aqueles momentos em que tem que trabalhar de graça, fazer coisas que não gosta tanto, estar em lugares meio esquisitos para poder se mostrar e provar que consegue e sabe.”

Um dos fatos marcantes de sua vida e, para quem não se recorda ou não viu, vale a pena procurar no YouTube, foi sua primeira aparição no Programa do Jô, quando pediu por meio de um bilhete uma chance. O generoso e querido Jô Soares deu esse espaço e a partir daí, Porchat conta o que aconteceu:

“Mudou tudo porque mudei de estado e de cidade, fui conhecer novos amigos, uma nova profissão…, larguei tudo para seguir um caminho, então, o que mudou foi só a minha vida”, conta rindo. 

Em sua trajetória, são muitos trabalhos realizados como shows de stand-up, talk show Programa do Porchat (TV Record), apresentação do Papo de Segunda (GNT), várias atuações no cinema como ‘Vai que Dá Certo’; ‘Meu Passado Me Condena – O Filme’; ‘Contrato Vitalício’, ‘Mude de Vida, Pergunte-me Como’, ‘Evidências do Amor’, e ainda como dublador das personagens Olaf, em ‘Frozen – Uma Aventura Congelante’, e Chuck, em ‘Angry Birds – O Filme’. E, claro, sem falar no sucesso da peça ‘Histórias do Porchat’ e do programa ‘Que História é Essa, Porchat’, (GNT e na Globo), além de muitos outros.

Querido mundo afora

Com tanta dedicação às artes, ele coleciona em sua memória incontáveis momentos do retorno do público e isso se dá de forma recorrente na sua vida, como, por exemplo, quando está em cartaz e vê esse reconhecimento ao vivo com ingressos esgotados. “Poder viajar o Brasil para todos os estados, ter sessões lotadas em Portugal e na Angola, isso também é gratificante, e mostra como a coisa chegou longe.”

Fabio Porchat é ator, apresentador, humorista, roteirista, escritor, diretor, ou seja, habilidades diversas com uma entrega única. 

Sobre o sucesso em outros países, Porchat também destaca a importância desta experiência. “Acabamos abrindo a percepção, vendo que o mundo é muito maior do que a gente vive em nosso dia a dia. E isso é fundamental.” O espetáculo ‘Histórias do Porchat ‘ teve início em Portugal, depois chegou por aqui, passou ainda por temporadas em cidades europeias como Genebra, Paris, Madrid, Barcelona e Dublin. 

Em 2022, o artista teve sua estreia na TV portuguesa com ‘Viagens a Portugal’, uma série em homenagem ao escritor José Saramago. No ano passado, conquistou mais um espaço por lá com o programa “Só Como e Bebo. Por Acaso, Trabalho!”, exibido pela RTP1. Já virou português tamanho o carinho do espectador. 

Porchat também é um dos nomes responsáveis por mudar a forma de se fazer humor no Brasil. É sócio-fundador, roteirista e ator do coletivo criativo ‘Portas dos Fundos’. Além da forma engraçada de se comunicar, o canal é feito de uma forma prazerosa na companhia de amigos.

Ou seja, diversão para todos, que não só conquistou o espectador, mas, como nada menos, do que um Emmy Internacional, em 2019, pelo especial de Natal ‘Se Beber Não Case’.’Que História É Essa, Porchat?’ é outro programa premiado, ganhando o APCA 2019, como melhor programa de TV, e também o Emmy Internacional, na categoria Melhor Comédia. 

Presente, passado e futuro

O artista segue com uma energia de fazer tudo com muito afinco. “Cada dia eu fico mais feliz de estar trabalhando e produzindo conteúdos diferentes nas plataformas.” ‘Que História é essa, Porchat’ é um supersucesso. As pessoas gostam e querem ouvir histórias e tem histórias para contar.” No teatro, segue em cartaz com stand-up, já que teve mais de 250 mil espectadores (até junho), e com a peça de sua autoria e direção ‘Agora é que São Elas’. Dos trabalhos recentes, o último no cinema foi Evidências do Amor, que, agora, está no streaming. “Fiquei muito feliz pela recepção, por poder contar uma história diferente dentro de uma comédia romântica, que poderia ser tão batido.”

Com sua mente criativa, ele sempre tem vontade de fazer mais. E revela alguns de seus desejos:

“Adoraria ter um programa de viagens e quero escrever um filme para Hollywood. Já tenho duas ideias, mas ainda não estão escritas.”  Para esse ano, não há mais novidades para serem lançadas e o objetivo é perpetuar e caminhar com que já está sendo trabalhado. Em 2025, lançará uma nova série em Portugal, terá nova temporada do que ‘História é Essa, Porchat’, além de alguns projetos que ainda não pode revelar. “Ainda é segreeeedo”, brinca.

Para seu processo criativo, ele busca um pouco de tudo: ler, assistir e consumir conteúdo não necessariamente cômico e, claro, viver na vida. “Viajar, sair e conversar com gente e estar aberto e atento. Apesar de ser uma maravilha, o celular é o mal deste século, porque ficamos preso nele e paramos de observar o que está ao nosso redor. A gente precisa olhar a nossa volta para poder se inspirar.”

Com a conveniência no meio artístico, entre tantos talentos, ele cita alguns nomes muito importantes que passaram pela sua carreira e trouxeram mudanças positivas. O roteirista Claudio Torres Gonzaga é um deles.

“Ele me chamou para fazer stand-up e me apresentou a esse mundo pela primeira vez. O Bruno Mazzeo também é um grande parceiro de escrita e também me levou por caminhos muito importantes. Algumas pessoas com quem eu trabalhei na vida, como Regina Casé, são um sonho e isso me deixa muito feliz em poder ter tido parceiros e parceiras tão incríveis.”

A força da profissão

Ele ainda define muito bem o poder da arte em uma sociedade. “Tudo tem que caminhar e a arte – principalmente – puxa a corda para frente, fazendo coisas diferentes, ousadas, arriscadas, incompreendidas e também erra e tropeça. E a comédia está aí dentro, estando à frente do tempo, justamente para que a gente consiga levar e caminhar a sociedade para frente.”

Sobre a evolução que o humor passou nos últimos tempos, chegando ao politicamente correto, ele opina: “A patrulha, que começou com uma boa intenção, de parar de fazer piadas que se faziam antigamente, calcadas em humilhar, diminuir, perpetuar preconceitos, isso mudou, está mudando e tem que mudar realmente. Ao mesmo tempo, a patrulha se perdeu porque, ao invés de tentar mostrar um caminho, ela tenta podar e cercear, mas o humor está aqui, inclusive, para rir da patrulha.”

Curiosidade

Agora, algo que será difícil ver em Fabio Porchat é o mau-humor, está brincando o tempo todo, puxando assunto, conversando… Mas o que deixa assim é quando algo não sai como planejado. “E mesmo quando dá errado, acaba virando história depois para contar, então, acaba sendo engraçado. Eu diria hoje que o que me deixa mal-humorado mesmo é a intolerância, pessoas intolerantes umas com as outras, seja política, religiosa, com as pessoas que estão começando e aprendendo…, isso me tira do sério.”

Ligação entre Fabio Porchat e os shoppings

O humorista foi o mestre de cerimônias do Prêmio Abrasce 2024 e também fez um quadro divertidíssimo ‘Histórias de Shoppings’ no 18º Congresso Internacional de Shopping Centers, em que profissionais de três shoppings contaram causos no período natalino e o humorista também dividiu com o público um momento engraçado familiar em shopping. Esse ambiente sempre esteve presente na vida do ator.

“Passei minha infância e adolescência em São Paulo e, como bem sabemos, a praia do paulista é o shopping. Então, fui muito na minha vida, era, realmente, o programa legal e divertido. E até hoje gosto e vou. Adoro bater perna, ficar olhando as lojas, mas só entro quando estou decidido do que eu quero, e gosto quando tudo está junto para facilitar a vida.”

Muitas vezes, seus espetáculos estão em cartaz em teatros localizados nestes equipamentos e alguns estão entre seus preferidos. “Gosto muito do Shopping Eldorado, em São Paulo (SP),  onde fiquei em cartaz por muito tempo no Teatro das Artes. Ele tem muita loja boa e útil, não é um shopping caro e isso é ótimo. Costumava ir ao Fashion Mall e agora vou muito ao VillageMall, no Shopping da Gávea e no Shopping Leblon, mas o NorteShopping é um que eu gosto particularmente no Rio de Janeiro.” Da parte do público, só fica o agradecimento sempre pela entrega deste artista que sabe aproveitar todo o seu potencial para alegrar a vida do próximo.