MAR/ABR 2020 - Edição 228 Ano 33 - VER EDIÇÃO COMPLETA

As soluções de eficiência energética mais requisitadas pelos shopping centers

16 de abril de 2020 | por Solange Bassaneze | Fotos: Divulgação
Conheça os planos mais aplicados no mall e algumas novidades do segmento

O consumo energético é um dos principais custos dentro do shopping center, mas o setor sempre adotou medidas para reduzir os gastos e o avanço da tecnologia contribui muito para isso. Atualmente, podemos ver bons exemplos espalhados por todo o país. 

Mas, antes de adotar qualquer solução, é preciso sempre contar com a expertise de empresas do setor, pois elas têm um conhecimento técnico que pode fazer com que o projeto desenhado seja ainda mais rentável, trazendo o melhor custo-benefício.

Segundo Francisco Scroffa, presidente da Enel X no Brasil, em um ambiente complexo como um shopping center, é preciso identificar os ofensores e traçar planos de eficiência pontuais. “Sabemos que o consumo de energia do estacionamento é totalmente diferente da Praça de Alimentação ou de uma loja âncora, por exemplo. Portanto, cada vez mais os shoppings estão demandando essa visão detalhada para otimizar os investimentos em projetos e antecipar resultados.” 

Mercado Livre de Energia

A migração para o Mercado Livre é algo bem comum neste setor e já vem sendo implantada desde os anos 2000. A Enel X, por exemplo, ajuda a identificar o melhor momento para realizar a mudança, como migrar e suporta o cliente em todas as obrigações e atividades processuais exigidas pelos órgãos reguladores.

“O Mercado Livre não é uma novidade para os shoppings, pois o setor é vanguardista nesta opção de redução de custos. No entanto, com a escalada do custo do insumo energia elétrica nos últimos anos, o segmento tem buscado de forma mais intensa essa redução e a procura pelo Mercado Livre cresceu de forma exponencial”, complementa João Henrique Lins, gerente regional no Nordeste, da Eletron Energy. 

Para embasar a migração, a Eletron Energy apresenta estudos de viabilidade econômica e tem auxiliado alguns shoppings da região Nordeste nesta mudança. Os contratos mais flexíveis possibilitam mais segurança, maior economia e alta rentabilidade aos centros de compras.

“Levando em conta o perfil, a Área Bruta Locável, a estrutura física e a forma da operação, a compra e a venda de energia no ambiente de contratação livre têm proporcionado uma economia de mais 20% frente às tarifas das distribuidoras. Um diferencial enorme do Mercado Livre é a previsibilidade dos custos com a energia elétrica, um fator de extrema importância para a gestão do shopping”, reforça Lins. 

João Henrique Lins, gerente regional no Nordeste da Eletron Energy, fala sobre eficiência energética para Revista Shopping Centers

“A eficiência energética é um requisito diário para a operação de qualquer empreendimento. Sendo assim, o shopping que conseguir ter sua operação mais enxuta conseguirá ser mais competitivo e atrair lojistas e investidores”, João Henrique Lins, gerente regional no Nordeste da Eletron Energy  

Usinas de autogeração

Além do Mercado Livre ser uma alternativa muito procurada, Flávio Souza, diretor comercial da CPFL Soluções, destaca que geradores também têm sido bastante requisitados. “Os investimentos em infraestrutura e nos equipamentos, a gestão da operação e a manutenção dos equipamentos são feitos por nós. Com isso, o shopping não precisa fazer um investimento inicial. Caso tenha um desligamento de energia por algum motivo, esse gerador passa a funcionar automaticamente”, explica. 

Os equipamentos ainda trazem o benefício de o gerador entrar em funcionamento nos horários de pico quando a energia da concessionária é mais cara. A rede é desligada, o que também gera economia. 

O Catarina Outlet Premium utiliza essa solução para uma geração emergencial com uma usina de autoprodução a diesel e possui dois grupos de geradores de 2.500 kVa. “O investimento na ordem de R$ 5 milhões em um contrato de 10 anos contempla a locação e a manutenção. É um ativo que o cliente não entra com o recurso”, diz Souza. 

Ele ainda conta que o mall já usou o equipamento sem perceber que o gerador entrou em operação. “Como fazemos o monitoramento, entramos em contato para verificar se tinham a quantidade de diesel suficiente”, relembra.   

Utility Bill Management 

Scroffa cita outra solução para ambientes de grande dispersão geográfica e com necessidade de manter a gestão centralizada. Trata-se do UBM (Utility Bill Management), uma plataforma de processamento e gestão de faturas de utilidades (energia elétrica, gás, água, esgoto, entre outros). 

Nesta ferramenta, o cliente tem uma gestão detalhada e, por meio de relatórios on-line e do suporte de especialistas, pode compreender o comportamento de consumo e o gasto com energia, gerando ações de eficiência.

“Temos um grande case com a JLL, empresa de gestão de real estate. Por meio da plataforma, é feita a gestão de todas as agências do banco HSBC pelo mundo. São mais de 6 mil agências e, de maneira centralizada, ela consegue gerar benchmarking de consumo energético. Dessa forma, junto com seus inquilinos, traçam planos de eficiência energética, que vão desde o retrofit de lâmpadas para modelos LED, otimização do sistema de ar condicionado, até a construção de usinas de autogeração. Tudo isso baseado em informação real do próprio cliente”, explica Scroffa. 

Por meio da plataforma, os shoppings centers demandam desde soluções em eficientização do parque de iluminação e dos sistemas de refrigeração até soluções de gestão e monitoramento de contas de utilities.

“Diferentemente do passado, hoje por meio de informação e gestão automatizada, os empreendimentos conseguem gerir o consumo de energia elétrica detalhadamente. Isso ajuda a melhorar seus processos internos, alocação de investimentos e trazer as lojas como parceiras nessa busca pelo consumo inteligente de energia”, Francisco Scroffa, presidente da Enel X no Brasil.
Francisco Scroffa, presidente da Enel X

Energia limpa

O Brasil é um país privilegiado por ter muitos recursos naturais, entre eles, o sol e vento. Por isso, o uso de energia solar e eólica vem avançando muito rápido. O custo da solar se reduziu muito, pois, a mesma placa fotovoltaica gera muito mais energia por um custo bem menor. Além disso, o uso deste recurso mostra a conexão que o empreendimento tem com a sustentabilidade. 

A Eletron Energy fornece a Geração Distribuída, que consiste na implantação e manutenção de plantas de energia solares para geração de créditos energéticos, que serão usados para abatimento nas unidades consumidoras do cliente. 

Flávio Souza, diretor comercial da CPFL Soluções, fala sobre eficiência energética para Revista Shopping Centers
Flávio Souza, diretor comercial da CPFL Soluções

Com um grande conhecimento no mercado, a CPFL Soluções implantou a primeira planta de energia solar da cidade de São Paulo. A empresa afirma que há um grande aumento de procura por essa solução devido à queda do custo das placas solares. 

Apenas no ano passado, fizeram mais de 400 instalações de energia solar, tanto em residências como no comércio e indústria.

“Neste modelo, também entramos com o investimento e o cliente paga apenas a locação do sistema. Só a economia de energia obtida compensa o valor do aluguel”, reforça o diretor comercial.

Os mais recentes 

Amplamente usado na Europa e nos Estados Unidos, a Enel X traz para o Brasil o EMS (Sistema de Gestão de Energia), que faz a gestão em tempo real do consumo energético de partes da sua planta, lojas ou uma visão consolidada por prédios. “Com esse produto, as tomadas de decisão de curto prazo são mais ágeis e permitem compartilhar as ações com os inquilinos”, explica Scroffa. 

A Eletron Energy também lançou o software Integra, que permite o acompanhamento em tempo real da performance dos contratos de energia. O acesso às informações gerenciais é fácil, rápido e seguro. 

Já a CPFL Soluções tem um projeto-piloto em andamento de calimetria, que mede todas as grandezas de um consumo do cliente. Com isso, é possível fazer um melhor contrato com a distribuidora de energia. A previsão de lançamento é para o segundo semestre deste ano. 

Consultorias

Carlos Alberto Schoeps, diretor da Replace, fala sobre eficiência energética para Revista Shopping Centers

Há empresas que prestam um serviço de consultoria e inteligência, orientando o shopping desde a escolha do fornecedor até o contrato. “Como o shopping não tem uma equipe técnica, não consegue balizar as muitas soluções dos fornecedores. Então, fazemos a avaliação, ajudamos a identificar e contratar a melhor solução. Depois, também avaliamos o resultado que o cliente está tendo”, explica Carlos Alberto Schoeps, diretor da Replace. 

Assim, a negociação entre o mall e o fornecedor fica mais equilibrada. “Após a visita técnica, conseguimos identificar a solução dos potenciais fornecedores. Quando nos chamam para equalizar as propostas e escolher o melhor fornecedor, conseguimos amenizar de 30 a 40% os custos.

Colocamos ainda cláusulas de garantia no contrato, por exemplo, como multa por atrasos de entrega. São pequenos detalhes que acontecem no dia a dia e podem passar desapercebidos pelo shopping na hora da negociação. O que sugerimos nunca tem um viés comercial. Somos o braço técnico do cliente”, reforça Schoeps. 

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