
Os meios de pagamento digitais ganham cada vez mais relevância no país
A busca por inovação e novas experiências de venda e compra estão em alta com a pandemia causada pela Covid-19
Com a pandemia, a quantidade de dinheiro em espécie em circulação no país bateu recorde. No dia do lançamento da nota de R$ 200, eram R$ 351 bilhões em cédulas e moedas. Foram quase 100 bilhões a mais em comparação a 13 de março, início da crise. A principal razão deve-se ao pagamento do auxílio emergencial do governo, já que a maioria saca a quantia. Segundo o Instituto Brasileiro de Estatísticas, 43% dos lares brasileiros, onde vivem 49,5% da população, ao menos, um membro recebeu o benefício. Além disso, conforme disse Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, na cerimônia de lançamento da cédula de R$ 200, em momentos de incerteza, é natural que as pessoas busquem reservas em dinheiro como garantia e isso não é exclusividade do Brasil.
Ao mesmo tempo, as transações com uso de cartões de débito e crédito são elevadíssimas no país. Segundo as Estatísticas de Pagamento de Varejo e de Cartões, referentes a 2019, o Brasil tem 123 milhões de cartões de crédito e 132 milhões de cartões de débito ativos, o que representa uma alta de 18% e 14%, respectivamente, em relação ao ano anterior. O número de maquininhas de pagamento também cresceu 31,8% de 2018 para 2019, chegando a mais de 11 milhões.
Busca por tecnologias
Em 2019, 76% das transações aconteceram por internet banking e mobile banking, com alta de 4% e de 17%, respectivamente. Com crise da Covid-19, o país também está enfrentando um período de recessão econômica e as empresas têm buscado diversas soluções para atender seus clientes, o que acelerou a busca por tecnologia. É o que aconteceu com o setor de shopping centers e varejo, que alavancaram seus projetos de transformação digital, oferecendo mais alternativas para pagamento e entrega.
Com isso, os meios de pagamento digitais, que já vinham crescendo nos últimos anos, tiveram uma maior demanda com a pandemia. O pagamento por aproximação (NFC), por exemplo, foi incorporado em estabelecimentos de todo país em uma grande velocidade e as pessoas passaram a buscar esse serviço por se sentirem mais seguras na hora de efetuar um pagamento em um ponto de venda.
Segundo Felipe Cunha, head de parcerias de Google Pay para a América Latina, o isolamento social aumentou de forma significativa o interesse dos usuários, das instituições bancárias e dos lojistas em melhorar a experiência de pagamentos no mundo on-line. “Este movimento acelera uma evolução natural que levaria alguns anos, visto que cada vez mais comércios vão passar a também ter o seu negócio na internet, contribuindo para a diminuição do uso de dinheiro físico no mundo real.”
Renata Daltro, head de grandes contas da Cielo, afirma que o uso dos meios eletrônicos de pagamento é uma tendência mundial porque reduz a necessidade de pessoas e empresas usarem dinheiro em espécie. “O cliente não precisa sacar nem carregar dinheiro. Consegue finalizar uma transação de forma rápida e simples. O varejista reduz despesas com transporte de valores, diminui a necessidade de contar com troco e reduz as chances de sofrer assaltos. Além disso, pode realizar um controle mais eficaz do caixa por meio da conferência eletrônica das transações.”

No Google Pay, houve um crescimento no uso de transações NFC durante a quarentena. “É um indicativo de que as pessoas têm adotado cada vez mais o pagamento sem contato para efetuar compras presenciais”, diz Cunha. No final de 2019, o Google Pay incluiu a opção do uso de cartão de débito no ambiente on-line e também houve uma alta expressiva. “É um meio que provê facilidade sem fricção em diversos aplicativos. Ele substitui o boleto no varejo on-line e até mesmo dinheiro em espécie em aplicativos de delivery, por exemplo.” Ao mesmo tempo, existe uma preocupação com a inclusão digital financeira dos brasileiros que não têm acesso a cartão de crédito e isso é feito com as opções de débito on-line.
Com 1,5 milhão de clientes em 26 estados e no Distrito Federal, a Cielo está presente em quase todos municípios brasileiros e atende desde o microempreendedor até grandes companhias. Durante a pandemia, as soluções de pagamento mais procuradas são por link, NFC e QR Code.
O Cielo Pay, lançado há um ano, apresenta crescimento constante na quantidade de pessoas que baixam e usam o aplicativo. O Super Link, também desenvolvido pela companhia, teve alta de quase 600% durante a pandemia. O grande impulso se deu por permitir que estabelecimentos fechados pelas medidas de isolamento social continuassem vendendo. Para facilitar ainda mais, a Cielo firmou parceria com a Loggi para a entrega dos produtos vendidos por meio do Super Link. “A solução tem sido muito bem recebida, em especial, por clientes da Cielo que não tinham experiência com delivery”, detalha Renata.
Entre abril e agosto, a Cielo percebeu um aumento de 20% no número de clientes na API E-commerce. “Também houve aumento superior a 30% no faturamento da companhia por meio do e-commerce desde o início da crise, quando não levamos em conta o setor de transporte e turismo, fortemente impactado”, pontua a head de grandes contas da empresa.
Auxílio emergencial
Durante a crise sanitária, a Cielo foi a primeira a adaptar seu terminal inteligente para receber pagamentos de beneficiários do auxílio emergencial. Até então, os recursos podiam ser sacados apenas em agências, que tinham filas gigantescas e geravam aglomerações.
Na sequência, a empresa habilitou seu parque de equipamentos para receber recursos dos beneficiários do auxílio emergencial por meio do QR Code. Com isso, registrou até o início de setembro mais de 12 milhões de transações.

Ambiente seguro
Apesar de muitos brasileiros ainda terem receio de realizar compras on-line ou utilizar aplicativos que exigem o número do cartão, esses meios de pagamentos são seguros. “Os pagamentos feitos no Google Pay utilizam a tecnologia de “tokenização” que nada mais é que um “número de cartão” criado especificamente para uso no Google Pay, que é diferente do número do cartão físico do cliente. Isto garante que os dados de cartão real do cliente não sejam compartilhados com cada lojista”, explica Cunha.
Em qualquer smartphone Android na versão 5.0 ou superior, é possível usar o Google Pay. No entanto, é preciso ter tecnologia NFC embarcada no celular para efetuar o pagamento. Já para compras on-line ou em aplicativos, o serviço funciona também em aparelhos sem NFC. “Temos cartões Visa, Mastercard e ELO dos principais bancos do Brasil, nas modalidades débito, crédito e pré-pago”, diz Cunha.
A gigante Apple também oferece o Apple Pay que pode ser usado em iPhones ou no Apple Watch, também sem a necessidade de tocar em dinheiro ou botões. Quando o usuário realiza uma compra, o dispositivo gera um código de transação único e os dados do cartão não ficam armazenados no dispositivo ou nos servidores da Apple. O Apple Pay também pode ser utilizado para transações on-line em muitos aplicativos e sites.
Entre as soluções da Cielo, no Super Link, o varejista encaminha um link por meio de aplicativos e redes sociais para seu cliente, que preenche os dados e finaliza a compra em segundos de forma segura. O NFC permite realizar o pagamento sem fricção por meio de celulares, relógios, pulseiras e cartões. O pagamento por QR Code ocorre por meio de carteiras digitais que leem o código gerado nas máquinas da Cielo, também sem contato, e também no e- commerce.


“As novas tecnologias de pagamentos eletrônicos tornam as transações ainda mais seguras do ponto de vista de saúde, por exemplo, uma vez que dispensam o contato com as maquininhas. Sem falar que o e-commerce, que cresce todos os anos e gera milhares de empregos, só é possível graças aos meios de pagamentos eletrônicos”, Renata Daltro.
Em junho, em parceria com o Facebook, a Cielo lançou uma solução que permite a realização de transferências e pagamentos por meio do WhatsApp. A empresa espera a autorização do Banco Central para que o serviço seja disponibilizado ao público.
Com cashback

Com mais de 10 milhões de downloads, o aplicativo Ame Digital já vinha crescendo. Com a pandemia, houve uma demanda ainda maior por ser uma forma de pagamento segura, sem contato e com benefícios como o cashback em todas as compras. Segundo dados da empresa, o cliente Ame é mais recorrente e com um ticket médio maior que a média, o que ajuda o varejista a vender mais. Além disso, é uma plataforma promocional e de marketing, conseguindo ajudar os parceiros a se comunicar de forma assertiva com os clientes.
Ela já nasceu com uma estrutura robusta de segurança, uma vez que pertence às Lojas Americanas e B2W Digital, empresas reconhecidas como modelo na segurança de dados e transação. Possui ainda diversos processos de autenticação que garantem todo o sigilo e segurança necessária para o cliente.
O aplicativo também oferece a alternativa de doação. Por isso, possui centenas de ONGs dentro da plataforma e esse número continua crescendo. As campanhas que mais se destacaram durante a quarentena foram as doações para a UNICEF, Médicos Sem Fronteiras e Ação da Cidadania.
Com tantas alternativas disponíveis no mercado, fica a critério do empresário escolher os modelos que mais se adequam ao seu negócio. Sem dúvida, modernizar e dar mais meios de pagamento melhora a experiência do cliente e contribui para o aumento das vendas.
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